Agências do INSS têm novo modelo de perícia médica em todo o país

10/08/2005 - 19h14

Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O governo federal implantou o programa de Cobertura Previdenciária Estimada (Copes) que está em vigor em todo o país desde 9 de agosto. Com a medida, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estima que pelo menos 200 mil exames deixem de ser realizados por mês, nas 1,2 mil unidades em todo o país, representando uma economia mensal de cerca de R$ 5 milhões nos gastos referentes às perícias médicas. E também uma redução no tempo de espera do segurado para ser atendido, atualmente de 120 dias em média, para a realização da perícia.

Com o novo modelo a forma de concessão muda, ou seja, o tempo do benefício será predeterminado pelo médico perito, e o pagamento deixa de ser efetuado após o período do auxílio-doença.

Nesse novo sistema, o segurado que receber o benefício não terá de marcar consultas de revisão que eram feitas no modelo anterior, em média a cada dois meses já que o médico poderá conceder o auxílio-doença com prazo de até 180 dias de licença sem a necessidade de marcar consultas de revisão, nesse período. O tempo máximo de concessão do benefício passa a ser de até dois anos.

Após esse período, o segurado terá de realizar uma avaliação médica que ateste a incapacidade para voltar ao trabalho e portanto, a necessidade de solicitar aposentadoria por invalidez.

O gerente-executivo do INSS de Sorocaba, Décio Araújo, lembra que dos serviços realizados nas agências, cerca de 80% são pedidos de perícias médicas. Segundo ele, o novo programa pretende corrigir "algumas distorções" no auxílio-doença, entre eles a duração do tempo desse benefício. Ele ressaltou que há segurados que recebem o auxílio-doença há mais de dez anos, criando um impasse se existe ou não condições para voltar ao trabalho ou se deve encaminhar o segurado para a aposentadoria."Esse benefício não deve ser encarado como uma fonte de renda e sim como uma cobertura previdenciária para os casos em que o segurado está incapacitado para o trabalho", declarou.

E disse também que a medida deverá reduzir em média 40% no número de consultas. "Vamos desonerar nossa agenda médica e o segurado conseguirá uma vaga para consulta bem mais rápida do que os 120 dias de espera", explicou.

De acordo com dados do INSS, 1,44 milhões de auxílios-doenças foram pagos em todo o país no mês de julho, no valor de R$ 907 milhões. Desse total de benefícios, 33% estão no Estado de São Paulo e custaram à Previdência R$ 284 milhões.

Em 2004, o INSS realizou cerca de 8,4 milhões de perícias médicas, e desse total, 2,4 milhões foram para a concessão do auxílio-doença. Os seis milhões de perícias restantes foram feitas para a manutenção do benefício.