Sandro Mabel pede que processo de cassação contra ele seja encaminhado ao Conselho de Ética

09/08/2005 - 16h06

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O deputado Sandro Mabel (PL-GO) disse que entregará ao presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), uma carta pedindo que a representação contra ele seja repassada logo ao Conselho de Ética. "Queria que ele não respeitasse lista cronológica. Meu nome está em oitavo. Para que eu pudesse ir para o Conselho de Ética e ter um julgamento justo porque eu não tenho nenhuma acusação no meu nome", disse. "Não tenho medo de ser cassado. Peço que apresse logo o meu julgamento porque não quero ficar exposto como vilão que não sou", acrescentou.

Mabel afirmou que seu nome não está na lista de pessoas que receberam dinheiro de Marcos Valério, acusado de ser o operador do suposto pagamento de mesadas a parlamentares. Segundo o parlamentar, a única pessoa que o citou foi a deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB), que afirmou ter recebido de Mabel proposta financeira para mudar de partido. O deputado negou a acusação e disse que ela mentiu. "Quis colocar que estava valendo muito e contou uma mentira", afirmou. Mabel disse que nunca ofereceu dinheiro a deputada.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, aparece na lista do empresário Marcos Valério como beneficiário de mais de R$ 10 milhões. No entanto, Sandro Mabel disse que Costa Neto deve confirmar o recebimento de R$ 5 a 6 milhões. O dinheiro, segundo o deputado, foi utilizado na campanha presidencial de Lula em 2002. "A campanha que ele falou que pagou foi a do Lula em 2002. Porque o vice-presidente era do PL e ele pedia material, pedia isso pedia aquilo. O pessoal do PT falava: olha pode fazer, vai fazendo o material que a gente acerta. Acertaram depois sem colocar na prestação de contas", disse.

Costa Neto renunciou o mandato no dia 1º de agosto. Na ocasião, ele afirmou que recebeu recursos do PT, que não foram declarados à Justiça Eleitoral, para o pagamento de dívidas da campanha de 2002. Valdemar inocentou a bancada do PL e disse que nenhum parlamentar tinha conhecimento da operação. "Nenhum membro do PL pode ser responsabilizado sobre o que foi praticado por mim. É minha única responsabilidade", disse.