Índice de Custo de Vida registra deflação em julho em São Paulo, indica Dieese

04/08/2005 - 14h31

Elisângela Cordeiro
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A redução de gastos com alimentos e energia elétrica provocou deflação no mês de julho, na cidade de São Paulo. Pelo segundo mês consecutivo o Índice de Custo de Vida (ICV) ficou negativo em 0,17%, segundo aponta o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). A coordenadora da pesquisa, Cornélia Nogueira Porto, considera esta redução uma surpresa já que não eram esperadas quedas de preço em alimentação e energia elétrica.

A maior queda, 0,68%, foi verificada no grupo alimentação, com destaque para produtos In Natura e Semi-elaborados (-1,17%). A segunda maior retração foi registrada no grupo Habitação, cuja baixa de 0,40% foi puxada pela redução no preço da energia elétrica (9,42%) - devido à diminuição da tarifa e ao Encargo de Capacidade Emergencial (ECE), conhecido como seguro apagão. A menor baixa foi verificada no grupo Transportes, queda de 0,07%. O único grupo que apresentou elevação foi Saúde, alta de 0,54%, refletindo os reajustes em convênio e assistência médica.

De acordo com o Dieese, no acumulado do ano, o ICV está positivo em 2,62%, e nos últimos 12 meses, registra alta de 5,61%. A expectativa de Cornélia Nogueira Porto é a de que no mês de agosto o Índice de Custo de Vida não aumente muito e se situe próximo a zero. "Neste mês de agosto não se espera inflação muito diferente de zero, uma vez que não se anuncia nenhum aumento, os preços estão relativamente estabilizados, os preços administrados telefonia, transporte coletivo, todos eles já ocorreram aumento no início do ano", disse. Para ela taxa anualizada que já foi bastante alta no começo do ano em torno de 8% já caiu para 6% e deve fechar o ano por volta de 5%.

O Dieese aponta ainda que a deflação foi maior para famílias de baixa renda, com retração de 0,45%. Para famílias de renda intermediaria a redução foi de 0,36%, enquanto para as mais ricas a queda ficou em apenas 0,03%.