Interesses comerciais e políticos entravam referendo sobre armas, diz assessor da Justiça

25/04/2005 - 12h35

Daisy Nascimento
Repórter da Agência Brasil

Rio - O assessor especial do Ministério da Justiça, Marcelo Behar, disse que a proposta do referendo popular sobre a proibição do comércio de armas e munições para civis é um dos mecanismos mais eficazes de controle da posse, especialmente de munições, que hoje são vendidas sem grandes restrições em todo o país.

Para Behar, a demora na aprovação da proposta no Congresso Nacional envolve o interesse da indústria de armas e uma disputa interna entre alguns partidos. "O Brasil produz armas e munições; então existe o interesse da indústria em manter a produção, e existe o interesse ideológico dos deputados, natural a qualquer polêmica, de manter a situação tal como está para que o comércio continue seguindo", destacou o assessor.

Ele reiterou a posição favorável do governo pela mudança da atual legislação e diminuição de armas e munição em circulação, e acrescentou que espera que a proposta seja aprovada até o próximo mês. Behar participou hoje do 5º Encontro Sobre Controle do Comércio Internacional de Armas, no Hotel Glória, zona sul da cidade.