Michèlle Canes
Da Agência Brasil

Brasília – A operação Tailândia, realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Exército e Polícia Rodoviária Federal, descobriu até o momento no estado do Pará cerca de 40 madeireiras clandestinas e 66 fantasmas. O Ibama chegou às empresas através de denúncias, levantamentos feitos durante sobrevôos de helicópteros e vistorias.

As empresas fantasmas são aquelas que fazem uso indevido da Autorização de Transporte de Produto Florestal (ATPF), que funciona como um cheque dado às madeireiras com um limite do que pode ser retirado em madeira. Segundo o coordenador substituto da Divisão Multifuncional de Proteção Ambiental do Ibama, Humberto Cabeça, estes "cheques" foram falsificados ou adulterados. Isso significa que as empresas ilegais estavam, por exemplo, liberadas para extrair um tipo de madeira e extraíam outro ou ultrapassavam o seu limite de créditos.

A operação Tailândia ainda não foi finalizada, mas já foram apreendidos mais de 8 mil metros cúbicos de madeira extraída de forma ilegal. O Ibama encaminha os casos para o Ministério Público que cuida da questão judicial. Caso os responsáveis pelas empresas não apresentem defesa 20 dias após a autuação, ou não quite seu débito, o material apreendido é doado para instituições beneficentes. A multa varia de R$ 100 a R$ 300 por metro cúbico, independentemente do tipo de madeira.