Cimi e Conselho Indígena de Roraima temem conflitos com região que ficou fora da homologação

15/04/2005 - 19h06

Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O coordenador do Conselho Indígena de Roraima, o índio tuxaua Marinaldo Trajano, diz que algumas comunidades temem represálias e conflitos com não-índios, principalmente no município de Uiramutã, região que ficou fora da homologação das terras em Roraima.

O vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Saulo Feitosa, vê com receio a permanência do núcleo urbano. "Temos experiência de terras indígenas que estão homologadas onde os conflitos continuam, se consolidam e se cristalizam", conta Feitosa. "Uiramutã será um enclave no coração da reserva. A exceção pode alimentar os conflitos entre índios e não-índios que ali habitam."

Em 2004, em várias ocasiões ocorreram conflitos entre os índios da Raposa Serra do Sol e os não-índios que vivem na região. Em agosto, índios da aldeia Macuxi chegaram a montar uma barreira de fiscalização para evitar a entrada de armas, combustível contrabandeado e bebidas alcoólicas na reserva. Três meses depois, na mesma região, criminosos utilizaram tratores para derrubar 37 casas, postos de saúde e escolas. Os agricultores são os principais suspeitos do ataque.

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