Senadores criticam ocupação do Ministério da Fazenda por sem-terra

14/04/2005 - 19h51

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Senadores do governo e da oposição condenaram a ação de representantes do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) que invadiram hoje (14) o prédio do Ministério da Fazendo. O líder do PT na Casa, Delcídio Amaral (MS), disse que a atitude dos sem-terra "é absolutamente condenável, uma vez que existem muitos foros para discutir o orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário e o descontingenciamento de verbas orçamentárias".

Delcídio Amaral destacou, entretanto, a atitude serena com que as autoridades do Ministério da Fazenda reagiram à invasão do prédio. Num relato aos parlamentares, após tomar conhecimento da situação por telefone, o senador disse que técnicos da Fazenda reuniram-se com os líderes do MLST, para discutir questões como a reestruturação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e recursos para a implementação da reforma agrária no país.

O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que atitudes como esta só tendem a aprofundar a tensão entre governo e movimentos sociais, principalmente se o Executivo não reagir a atitudes como a invasão de prédios públicos. "A crise vai continuar a aumentar, se providências não forem tomadas", afirmou o senador. Ele criticou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, "que tem a Polícia Federal sob seu comando", por não ter tomado uma atitude contra a invasão do prédio da Fazenda.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), não poupou de críticas os representantes do movimento. Segundo ele, "o MLST é uma currutela do MST ( Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) que se diz revolucionário e zapatista". Ele qualificou o movimento de "grupelho" que quer, pela força, colocar em risco a democracia.