Brasil destrói amostras de vírus da gripe asiática enviadas por engano

14/04/2005 - 13h58

Priscila Rangel
Da Agência Brasil

Brasília - O Ministério da Saúde garante que já foram destruídas as amostras contaminadas com o vírus letal da gripe asiática, que foram enviadas por engano aos laboratórios Albert Einstein e Fleury, em São Paulo. O laboratório norte-americano Colégio de Patologistas Americanos (CAP) enviou as amostras para 3.700 laboratórios em 18 países.

Em entrevista à Rádio Nacional, o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Expedito Lima, explicou que o procedimento de enviar vírus a outros países faz parte de um processo de treinamento chamado de acreditação, em que laboratórios de várias partes do mundo compram os serviços de uma instituição como a CAP. Os laboratórios recebem algumas amostras com o objetivo de demonstrar que têm capacidade de fazer diagnósticos sem erros.

Esses treinamentos, segundo Expedito Lima, não deveriam envolver vírus que não atingem há muito tempo a população, como o vírus da gripe asiática, que causou epidemia em escala mundial em 1953 e circulou na população até 1967. "As circunstâncias em que isso ocorreu não estão claras para o mundo. A instituição que cometeu este engano deve uma explicação para a sociedade mundial sobre isso", diz.

Segundo Expedito, nenhum profissional dos laboratórios brasileiros adoeceu por causa do contato com as amostras e, por isso, a situação está sob controle no país. "Mas deve-se aguardar um pronunciamento da comunidade internacional, já que o vírus foi enviado para muitos laboratórios pelo mundo".