Para MST, habeas-corpus de Adriano Chafik fortalece impunidade e crimes de latifundiários

07/04/2005 - 20h04

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Em nota oficial, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra de Minas Gerais e o Comitê de Solidariedade às Vítimas do Massacre de Felisburgo repudiam a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de conceder habeas-corpus ao fazendeiro Adriano Chafik, acusado de ser o mandante e ter participado do assassinato de cinco trabalhadores rurais, em Felisburgo (MG) no dia 20 de novembro.

Segundo a nota, com a decisão, o poder judiciário contribui para a "impunidade e fortalece as ações criminosas dos latifundiários e suas milícias armadas". Chafik agora poderá responder em liberdade pelas cinco acusações de homicídio qualificado, doze tentativas de homicídio cometidas com ajuda de outros suspeitos e formação de quadrilha, o que "sinaliza a defesa da propriedade como valor absoluto, vale mais do que a vida", diz o texto.

A nota ressalta que o acampamento Terra Prometida, onde ocorreu o massacre, está em terra devoluta (terra pública). A área foi ocupada em maio de 2002 por cerca de 200 famílias. O fazendeiro Adriano Chafik não havia conseguido na Justiça a reintegração de posse.

Ele havia sido preso no dia 30 de novembro.

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