Presidente da Infraero quer estatização da Varig para que fusão com a Tam avance

16/07/2003 - 14h14

Rio, 16/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Infraero, Carlos Wilson, disse nesta quarta-feira que a estatização da Varig seria a única saída para salvar a companhia aérea da falência, já que as negociações para uma fusão com a TAM fracassaram mais uma vez com o recuo anunciado pela Fundação Rubem Berta.

Ele acusou a instituição de estar agindo de má fé com o governo, ao prolongar uma decisão sobre a fusão com a TAM pelos últimos seis meses, por isso, defende "que agora o governo deve jogar duro e intervir na empresa".

Para Carlos Wilson, a atitude da Varig é uma forma de chantagear o governo e levar ao caos, pois a companhia alega que cerca de 15 mil pessoas vão ficar desempregadas com o desaparecimento da Varig.

A Infraero é a principal credora da Varig, cuja dívida chega a quase R$ 400 milhões, e, conforme explicou Wilson, a maior interessada em colaborar para que o Brasil tenha uma empresa aérea forte, representando não só o mercado interno, como também o externo.

Segundo ele, dos 65 aeroportos administrados pela Infraero, apenas sete dão lucro, o que mostra que nenhuma empresa internacional vai ter interesse em fazer linhas para o Macapá ou Rio Branco, por exemplo.

"A Varig é muito importante para o Brasil como bandeira nacional e, principalmente, internacional, pois não se constrói da noite para o dia uma empresa com a credibilidade que ela conquistou em 75 anos de existência", ressaltou Wilson.

Ao defender a intervenção, o presidente da Infraero disse que a idéia é que a Varig seja administrada por um conselho de credores, com a participação, inclusive, do BNDES, que seria o investidor em nível de governo. Com a reestatização, a companhia seria saneada e, depois, oferecida, novamente, ao setor privado.

Nesta terça-feira, Carlos Wilson enviou carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo a interferência do governo para agilizar o processo de fusão com a TAM. Ele afirmou que se soubesse do recuo da Fundação Rubem Berta teria solicitado ao presidente Lula a intervenção na empresa.