Palocci considera natural polêmica em torno da reforma da previdência

16/07/2003 - 14h20

Madrid (Espanha), 16/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse, há pouco, em Madri, antes de embarcar no vôo presidencial para Brasília, que existe polêmica em relação à reforma da previdência, mas que há, também, consenso sobre a necessidade dela e tudo dependerá da forma que ela for feita. "Não há problema nenhum que haja polêmica, que haja diferenças de opiniões. Não se faz uma reforma dessa magnitude sem se observar diferentes opiniões. O mais importante é que nós façamos a reforma este ano. Se tiver que se dar tempo para esse debate, que se dê, mas façam a reforma consistente, que é o que o Brasil precisa", afirmou.

Palocci adiantou, ainda, que é normal essa discussão no Congresso. Lembrou que a casa é composta de cinco centenas de deputados e nove dezenas de senadores e, portanto, são naturais os debates. Ele adiantou que o esforço do governo em torno da reforma leva ele a ter certeza que os demais setores também se empenharão com o mesmo objetivo. Afirmou que deseja ver o Brasil como um dos poucos países do mundo com a previdência.

Para o ministro, é preciso observar o conjunto de proposições que tenha para alcançar aquilo que é fundamental, o equilibrio de longo prazo. "O Brasil não pode conviver com a previdência em que as pessoas se aposentam numa idade que não é razoável, para o país. O Brasil não pode conviver com a previdência que não tem conta sustentáveis, não é possível que o país não posssa comprender isso", salientou.

Palocci disse que é importante aprovar a proposta este ano. O compromisso do governo, segundo o ministro da Fazenda, era para enviar a reforma em junho, e enviou em abril. "O compromisso agora é aprovar esse ano. Se for agosto, setembro ou outubro, não há diferença.

"O mais importante é ter uma boa reforma. Eu prefiro mais tempo, com a melhor reforma do que uma reforma apressada com perda de qualidade do produto. Como nós queremos que essa reforma, mesmo que não seja definitiva, seja uma valorização de longo prazo da questão previdenciária, então nós temos que trabalhar para que ela seja, de maneira adequada, e dê tempo para que o Congresso possa dialogar sobre ela. "Ao final, o importante é que tenhamos uma previdência em que o Brasil, se sinta feliz", completou.

Quanto à reforma tributaria, Palocci disse estar disponível para conversar com os governadores na próxima semana. "Tenho toda a disposição para dialogar, tantas vezes que for necessária. Quanto à da previdencia depende das coisas estarem encaminhadas ou não, se for o caso nós vamos conversar", concluiu.