Negros e índios terão mais oportunidade de entrar na universidade

16/07/2003 - 13h18

Brasília, 16/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Com o objetivo de combater a exclusão social, racial e étnica e aumentar as oportunidades de negros e índios ingressarem nas universidades, o governo federal vai ampliar o Programa Diversidade na Universidade. O anúncio foi feito na manhã de hoje pelo ministro da Educação, Cristovam Buarque. "O programa vai fazer com que a cor das universidades brasileiras seja a do Brasil, com brancos, negros e índios", destacou.

Com recursos da União e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o programa financia instituições públicas e privadas que oferecem cursos pré-vestibulares para grupos considerados desfavorecidos. Ao todo, serão investidos, nos próximos três anos, US$ 9 milhões em projetos de combate à discriminação racial e étnica. Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará e Rio Grande do Sul serão os estados beneficiados. Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo já são atendidos pelo programa, implantado em setembro do ano passado.

Cristovam garantiu que o Programa será estendido a todos os estados brasileiros, mas ressaltou que "o que o governo realmente quer é, em um prazo de 15, 20 anos, acabar com o sistema de quotas".

Para concorrer ao financiamento, as instituições deverão ter pelo menos 51% de negros ou de índios entre os alunos e repassar de 40% a 50% do valor recebido para os estudantes, como uma bolsa-manutenção. Os cursos deverão ter carga horária mínima de 400 horas e máxima de 900 horas, distribuídas em quatro e nove meses, respectivamente.

O Brasil é considerado o país com o mais alto índice de desigualdade da América Latina. Os brancos continuam freqüentando a escola por mais tempo que os negros e os índios.