CPI do Banestado pede intermediação do Itamaraty nas investigações

16/07/2003 - 14h35

Brasília, 16/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os integrantes da CPMI do Banestado pediram hoje ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que acione o Itamaraty para que os diplomatas brasileiros atuem junto às autoridades norte-americanas a fim de facilitar a obtenção de informações para o esclarecimento da remessa supostamente ilegal de US$ 30 bilhões por meio de contas CC-5. O vazamento de informações sobre contas nos Estados Unidos obtidas por investigadores brasileiros criou um mal-estar entre os dois países e, por isso, conforme os parlamentares, a mediação do Itamaraty é importante.

"O Itamaraty vai atuar na diplomacia para diminuir esses impasses que foram causados. Ora, no instante em que aqui no Brasil se divulgam dados atribuídos a sigilo bancário que estavam protegidos lá nos Estados Unidos, isso criou um mal-estar", observou o relator da CPI, deputado José Mentor (PT-SP). Segundo o presidente da CPI, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), a comissão tem interesse na quebra do sigilo bancário de 25 contas de agências do Banestado nos Estados Unidos. A negociação conduzida pelo Itamaraty está prevista no acordo de cooperação judiciária em matéria penal celebrado entre Brasil e aquele país.

Mentor e Paes de Barros estiveram no gabinete de Thomaz Bastos acompanhados de três outros integrantes da comissão, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) e o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ). Segundo o presidente da CPI, a reivindicação foi prontamente aceita pelo ministro da Justiça. O senador destacou ainda a atuação do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e do Ministério da Justiça no caso e disse que a colaboração do governo brasileiro é essencial para os trabalhos da CPI.