Sindicalista promete grande manifestação se governo mantiver reforma original

11/07/2003 - 12h34

Brasília, 11/07/2003 (Agência Brasil - ABr) - A greve dos servidores públicos federais, segundo estimativa do comando do movimento, já teria alcançado a adesão de 50% da categoria, o que representa cerca de 360 mil trabalhadores em todo o país. No primeiro dia do movimento, terça-feira (8), 20% dos trabalhadores ficaram de braços cruzados. Segundo Ismael José César, diretor da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento vem ganhando força com a possibilidade de o governo abrir espaço para discussão de alguns itens da proposta, apesar de ainda não ter se pronunciado oficialmente.

A paralisação foi decidida pelo funcionalismo em protesto contra a reforma da Previdência. Segundo o dirigente sindical, a greve não será rápida. "A paralisação dos servidores tende a crescer a cada dia. Essa é uma greve de fôlego", afirmou Ismael, acrescentando que o objetivo do movimento é que o governo discuta a proposta com a categoria. "Já está demonstrado que a greve incomoda o governo e que é possível avançar em pontos centrais dessa reforma".

Ismael declarou que há uma disposição clara da categoria de continuar de braços cruzados. Em todo o país, os servidores de 34 universidades, postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), delegacias federais de Agricultura, delegacias regionais do Trabalho, Biblioteca Nacional, algumas sedes regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), entre outros, já pararam de trabalhar.

Para ele, a primeira semana de paralisação foi positiva e, caso o governo mantenha o projeto inicial, eles farão uma grande manifestação na Esplanada dos Ministérios. "Vamos repetir o que foi a marcha do dia 11 de junho", prometeu. Na ocasião, os servidores públicos federais foram às ruas de Brasília protestar contra a reforma. Ele estimou que, desta vez, o movimento colocará entre 50 e 60 mil pessoas nas ruas. Ismael ressalvou que os servidores não têm interesse em manter a greve. "Queremos negociar".

Entre os itens que os servidores querem que o governo reveja estão: paridade entre ativos e inativos, taxação dos inativos e aumento da idade de contribuição para aposentadoria. Agora à tarde, as lideranças do movimento vão se reunir para organizar um ato público unificado na Esplanada, que deve ocorrer na próxima terça-feira (15).