''Risco de descontrole inflacionário não subsiste mais'', diz Meirelles

11/07/2003 - 11h30

Rio, 11/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - "O risco de descontrole inflacionário não subsiste mais. Esta é uma vitória do atual governo que estará sendo consolidada nos próximos meses". A declaração foi feita pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, hoje, na sede do BC ao abrir o seminário "Política Monetária: Choques e Eficácia".

Meirelles falou sobre como o BC empregou com sucesso a flexibilidade do regime de metas de inflação, com o conceito de metas ajustadas, para reverter a trajetória da inflação, para somente depois fixar as metas de inflação para 2004 (5,5%) e 2005 (4,5%). Disse, também, que a experiência brasileira mostra que patamares inflacionários elevados, por longos períodos, acabam se consolidando como pisos para a inflação."O Banco Central não poderia sancionar o processo de volta da inércia inflacionária ao Brasil. Não o fizemos e não o faremos", assegurou.

Meirelles argumentou que a realidade está comprovando que a estratégia das metas ajustadas levava em conta que a política monetária seria capaz de fazer com que a inflação convergisse para as metas de longo prazo. "Tanto as projeções do BC quando as expectativas dos analistas têm demonstrado que há uma convergência das projeções de inflação futura para a trajetória de metas".

Citou que em janeiro deste ano, a meta ajustada 12 meses à frente era de 8,5%, enquanto a expectativa de mercado para o mesmo período era superior a 12%.O dado mais recente, segundo ele, aponta taxa de 6,75%, em linha com a trajetória para as metas ajustadas 12 meses à frente quando aferida em maio de 2003, que é de 7,2%".Mas, quando aferida em junho, corresponde a uma inflação de 7%".

"O combate à inflação é um esforço continuado, à luz dos resultados recentes obtidos, entendemos que a política monetária deve continuar a se orientar de forma a garantir que a desaceleração da inflação seja sustentável.Dentro do regime de metas de inflação, o BC está baseando suas ações na convergência para o centro da meta definido pelo Conselho Monetário Nacional para 2004, isto é, 5,5%", afirmou.