Rainha é preso novamente e MST acusa juiz de cometer perseguição política

11/07/2003 - 17h41

São Paulo, 11/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O líder do Movimento dos Sem-Terra (MST), José Rainha Júnior, foi preso hoje na cidade paulista de Teodoro Sampaio, acusado por roubo e formação de quadrilha devido a ações que comandou em 2002 no Pontal do Prapanema. O dirigente da entidade, Gilmar Mauro, afirmou que a prisão, decretada pelo juiz Átis de Araújo Oliveira, atendendo a determinação do Ministério Público, é uma perseguição política.

Segundo o dirigente, a prisão tem o objetivo de prejudicar os atos de comemoração dos 13 anos de ocupações na região. Mauro disse que o MST vai se mobilizar para pedir o afastamento do juiz no Tribunal de Justiça de São Paulo. Nos últimos 12 meses, o Átis decretou a prisão de 24 membros do movimento. Entretanto, o MST recorreu e obteve ganho de causa em favor da liberação de todos os militantes no TJ do Estado, no Tribunal de Alçada Criminal do Estado e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Gilmar Mauro informou à Agência Brasil que as comemorações vão ser realizadas domingo e segunda-feira na região do Pontal do Paranapanema. Mas o que seria um evento festivo pacífico pode se tornar um ato de protesto. Na região, há cerca de 20 mil sem-terra acampados.

José Rainha foi transferido há pouco da delegacia de Teodoro Sampaio para a cadeia pública de Presidente Venceslau, na região do Pontal. O dirigente do MST teve a prisão preventiva decretada após participar de audiência no Fórum de Teodoro Sampaio quando respondia sobre o uso ilegal de armas por membros do MST. Ele é acusado por formação de quadrilha e furto. O processo se refere à invasão da fazenda Santa Maria, de Jovelino Mineiro, no ano passado.