Câmara dedide o que fazer com deputado preso por envolvimento com grilagem

11/07/2003 - 15h04

Brasília, 11/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Polícia Federal comunicou oficialmente nesta sexta-feira à Câmara Distrital do Distrito Federal a prisão do deputado José Edmar (PMDB). Conforme prevê a legislação, a Câmara pode autorizar o relaxamento da prisão do parlamentar. Acusado de envolvimento em grilagens de terras, crimes contra o meio ambiente, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, formação de quadrilha, estelionato, corrupção e ameaças pessoais, Edmar está detido, desde ontem (10), na Superintendência da Polícia Federal.

Até às 16h, os advogados do peemedebista vão entrar com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo um dos advogados, Javan Araújo, a expectativa é que o relaxamento da prisão pelo STJ, em caráter liminar, saia no máximo até a próxima segunda-feira (14).

O documento encaminhado pela PF à Câmara traz, em 57 páginas, os fundamentos e detalhes da prisão do deputado e de outros oito envolvidos no esquema. Segundo o coordenador da missão especial de combate à grilagem de terra, delegado Luiz Fernando Corrêa, a notificação atende a uma formalidade legal.

Ele disse que, agora, cabe à Câmara Distrital decidir sobre o futuro do parlamentar, com base nas provas colhidas durante a investigação. "Nós não vamos analisar qual procedimento a ser adotado na Câmara porque é um outro Poder e a nós cabe cumprir as formalidades. Mas nós temos as nossas convicções", observou o Corrêa, ao destacar que os resultados do inquérito da Polícia Federais serão usados pelo Ministério Público.

De acordo com o delegado, a sexta-feira está sendo dedicada a depoimentos de envolvidos e à análise do material recolhido ontem nas operações de busca e apreensão. Hoje de manhã, José Edmar recebeu a visita de solidariedade do colega de partido, deputado Leonardo Prudente que, depois do encontro, afirmou que o parlamentar está confiante na Justiça. "Ele tem a sua convicção de que os atos dele foram feitos na defesa do povo. Ele disse que nunca apresentou nenhum projeto que não fosse de apoio e de interesse popular", afirmou.

José Edmar está na cela que, há alguns anos, foi ocupada pelo ex-senador Luiz Estevão. Tucunduva não acredita que o deputado passe o fim de semana na prisão, por causa da característica dos crimes de que ele é acusado. "Por mais que se tenha dito que se trata de um flagrante, não é, porque não se trata de crime continuado. Foram cerca de 180 dias", observou.