Brasília, 24/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Naji Sabri, enviou uma longa carta à Organização das Nações Unidas (ONU) reclamando dos detalhes da resolução do Conselho de Segurança da organização, que exigem a realização de inspeções irrestritas para determinar se o país possui arsenais químicos, biológicos ou nucleares. No documento de 15 páginas, endereçado ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, Sabri diz que o cumprimento da resolução e os procedimentos por ela estabelecidos contradizem a lei internacional, na opinião do Iraque. As informações são da CNN.
Sabri argumenta que há alegações infundadas de que, no passado, o Iraque dispôs armas de destruição em massa em formação de combate. Ele também afirma que uma possível operação militar contra o país só poderia ser empreendida com o aval do Conselho de Segurança. As críticas à resolução 1.441 não devem, no entanto, interferir no trabalho dos inspetores da ONU, que reiniciam suas buscas por armas de destruição de massa na quarta-feira, após quatro anos de interrupção. Aceitando a contra gosto a resolução, o Iraque havia prometido enviar a carta -datada do dia 23 e divulgada hoje - detalhando suas objeções ao documento do Conselho de Segurança.
Um porta-voz da ONU informou hoje que uma equipe da organização está dando continuidade aos preparativos para as inspeções de armas. Trinta e oito funcionários das Nações Unidas estão instalando computadores, aprontando veículos e montando os laboratórios a serem usados pelos inspetores, que começam a chegar ao país na tarde de segunda-feira. A ONU também vem tentando incluir mais árabes na equipe de inspetores. Dos 300 listados, seis são jordanianos e um é marroquino.
A resolução aprovada pelo Conselho de Segurança esse mês ameaça o Iraque de "sérias conseqüências", caso o país não conceda aos inspetores acesso pleno e ilimitado às instalações que estes solicitarem vistoriar. A resolução também exige que o Iraque divulgue suas possíveis capacidades para fabricação de armas de destruição em massa até o dia 8 de dezembro. O governo iraquiano nega possuí-las.