Sete ex-membros do Pacto de Varsóvia são convidados a aderir à Otan

21/11/2002 - 9h16

Brasília, 21/11/2002 (Agência Brasil - ABr/CNN) - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) convidou formalmente hoje sete países do Leste Europeu a se tornarem membros da aliança militar ocidental. É a segunda vez em sua história que a Otan se expande para a antiga "Cortina de Ferro". Estônia, Letônia, Lituânia, Eslovênia, Eslováquia, Bulgária e Romênia eram todas integrantes do Pacto de Varsóvia, criado em 1955 justamente para fazer frente ao surgimento da Otan. Aprovados pelos 19 membros atuais que participam da reunião de cúpula da Otan em Praga, os sete países serão admitidos pela organização em 2004. As informações são da CNN.

A Otan, que já havia aberto suas portas a três outros países do Leste Europeu em 1999 – Hungria, Polônia e República Checa – vê a expansão como uma tática crucial para permanecer relevante diante dos desafios e das ameaças pós-Guerra Fria. A transformação da aliança foi o ponto central do discurso de abertura da reunião de cúpula.

"Essa é, crucialmente, uma decisão importante", destacou o secretário-geral da aliança, o britânico George Robertson. "Essa fase de expansão preservará a força e a vitalidade da Otan".

"Desde sua criação, a Otan nunca foi excludente... as portas da Otan ainda estão abertas", acrescentou.

Robertson também destacou a modernização militar como uma das metas da aliança, de modo que a as parcerias sejam fortalecidas e tenham capacidade maior para enfrentar um desafio novo: o terrorismo. Os membros da Otan deverão aprovar uma Força de Resposta Rápida – um contingente formado por 20 mil homens, que abrangerá unidades de prontidão já existentes. O objetivo será, pela primeira vez, reagir a ameaças que partam de fora da região euro-atlântica.

Durante os dois dias de reuniões em Praga, os líderes da Otan também discutirão uma possível ação militar dos Estados Unidos contra o Iraque, na eventualidade de o governo de Bagdá não cooperar com os inspetores de armas das Nações Unidas.

Durante a cúpula, o presidente norte-americano, George W. Bush, terá uma série de encontros em separados com líderes como o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o presidente francês, Jacques Chirac.

Desde a noite de quarta-feira, quando o presidente checo, Vaclav Havel, ofereceu um banquete aos participantes da reunião de cúpula, Bush tem se esforçado, todavia, para não ficar perto do chanceler alemão Gerhard Schroeder, que explorou uma posição contrária à guerra no Iraque na campanha eleitoral que lhe valeu permanecer na chefia do governo, em setembro.

Bush já escreveu a 50 países, convidando-os a aderir a uma "coalizão da vontade" contra o Iraque.

Os críticos da Otan opinaram que a extensão para a Cortina de Ferro e os acontecimentos após os atentados de 11 de setembro de 2001 tornaram a aliança obsoleta. Entretanto, os Estados Unidos endossaram o apoio à organização criada há 53 anos, ao mesmo tempo em que ressaltaram a necessidade de adaptá-la aos novos tempos.