Paulo de Tarso diz que informação é a base para combater uso de drogras

21/11/2002 - 14h43

Brasília, 21 (Agência Brasil - ABr) - A disseminação da informação será o insumo básico para a polícia e a sociedade no combate às drogas. A afirmação foi feita hoje pelo ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, ao participar da abertura da IV Reunião Especializada de Autoridades de Aplicação em Matéria de Drogas, Prevenção de seu Uso Indevido e Reabilitação de Dependentes de Drogas do Mercosul (RED), que está sendo realizada até amanhã no Itamaraty.

O ministro destacou a criação do site do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas - Obid (www.obid.senad.gov.br), pela Secretaria Nacional Antidroga (Senad), com informações sobre o desenvolvimento e gestão do sistema nacional antidroga; de como a sociedade pode mobilizar-se e esclarecer-se com relação as drogas; sobre intercâmbio com instituições nacionais e internacionais e também com relação a integração de políticas públicas.

Na avaliação de Paulo de Tarso, "a sociedade que tem informação tem poder". Lembrou que a criação do Obid "é um importante banco de dados" que substitui "um bando de dados". No site o interessado tem acesso imediato a ações que estão sendo desenvolvidas pelo governo federal em todos os estados.

Para o ministro da Justiça, a sociedade ocidental está vivendo um momento de crise e precisa refletir sobre o flagelo das drogas, que obriga os governos a gastarem bilhões de dólares. Segundo ele, um estudo recente informa que são de US$ 12 bilhões anuais as despesas do governo inglês com o tratamento de drogados.

Paulo de Tarso observou que no Brasil e em outros países da América Latina, a questão das drogas é ainda mais séria porque o narcotráfico financia todas as outras formas de criminalidade, aumentando os índices de violências.

O ministro pediu a participação dos parceiros do Mercosul, mais o Chile e a Bolívia, presentes no evento, para integrarem uma ação planejada e contínua, que reprima o narcotráfico, principalmente nas fronteiras comuns. Os países vizinhos concordam que a estratégia tem que ser conjunta e de alerta permanente para combater uma luta que, segundo Paulo de Tarso, muitas vezes é desigual.

Em seu discurso, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Alberto Cardoso, destacou a recomendação feita pelo Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de Drogas (UNDCP) para implantação em outros países de programas semelhantes aos utilizados no Brasil na prevenção ao uso de drogas.

Cardoso lembrou que o Brasil procura prevenir e combater as drogas por meio de parcerias e descentralizando as decisões. O ministro elogiou o trabalho da Polícia Federal na repressão ao narcotráfico, e da inteligência financeira com relação à lavagem de dinheiro.

Até amanhã, os participantes da IV Red vão debater temas como o tráfico ilícito de drogas; o uso de substâncias químicas, legislação e procedimentos comuns a serem adotados para redução do uso e da oferta de droga.