Brasília, 21/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde, é mais um órgão engajado na luta contra o mosquito transmissor da dengue. Sábado, todos os profissionais da Anvisa nos portos, aeroportos e fronteiras estarão distribuindo materiais informativos e explicando para viajantes e comunidade como evitar focos do mosquito. Além disso, esses locais passarão por uma inspeção criteriosa dos fiscais da Anvisa no Dia D da luta contra a dengue. Serão verificados pontos de possível proliferação e checadas armadilhas instaladas previamente, locais com água limpa e parada usados para encontrar larvas do aedes aegypti.
As armadilhas são uma espécie de "termômetro" que permitem avaliar a presença do mosquito no local. Empresas instaladas ou que tenham galpões nessas áreas estão sendo inspecionadas e orientadas a eliminar focos de larvas encontrados em equipamentos e instalações. Nesses casos, a Anvisa irá notificar e até multar os estabelecimentos, caso o risco de reprodução continue.
O diretor da Anvisa Luís Carlos Wanderley Lima explica que o Aedes aegypti é um mosquito de hábitos diurnos, ou seja, costuma atacar durante o dia. Portanto, recomenda aos turistas que tenham cuidados pessoais, como uso de repelentes e, sempre que possível, de mosquiteiros ou telas protetoras, para evitar a aproximação do mosquito. "Ao viajar a pessoa deve observar, tanto em casa como no local onde ficará hospedada, se não há locais propícios para a proliferação e desenvolvimento do mosquito, eliminando reservatórios que acumulem água, como garrafas, pneus, vasos e plantas", lembra ele.
Antes mesmo da chegada das chuvas e do calor do verão, técnicos da Anvisa já se preparavam para inspecionar áreas consideradas possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti. Em março deste ano, a Agência realizou cursos sobre controle de vetores em Foz do Iguaçu e em Salvador para os profissionais da Anvisa e servidores de secretarias estaduais de Saúde de todo o país. Ao todo, 250 técnicos se tornaram multiplicadores de informação no seu local de trabalho.
A Anvisa atua junto com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no combate ao mosquito, contribuindo na fiscalização de locais que possam ter focos de proliferação do Aedes aegypti em todos os 43 portos, 55 aeroportos, 24 postos de fronteiras e mais 59 estações aduaneiras de interior e fronteira com controle sanitário em todo o país.
A Anvisa é uma das integrantes do Comitê Nacional de Mobilização Social contra a Dengue. O Comitê foi instalado em 1º de outubro com a função principal de discutir e articular ações que envolvam todos os segmentos sociais no combate à dengue. A coordenação é exercida pela Funasa, que está articulando as ações preparativas para o próximo dia 23 de novembro, o Dia D de combate à dengue.
No Dia D toda a população, em todos os estados, deverá identificar, eliminar ou tratar objetos que possam se transformar em criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, tais como garrafas e pratos dos vasos de plantas. Cerca de 90% dos focos do mosquito da dengue estão nos domicílios.
Para garantir o sucesso das ações de mobilização social, a Funasa convidou cerca de 30 importantes instituições privadas e públicas para integrar o Comitê Nacional. Fazem parte do Comitê, além da Anvisa, o Ministério da Saúde e outros órgãos governamentais, representações de classe e de setores produtivos e representantes de organizações não governamentais.
A criação do Comitê Nacional está prevista no Programa Nacional de Controle da Dengue, lançado em 24 de julho. O programa conta com recursos de cerca de R$ 1 bilhão. As metas são reduzir a menos de 1% a infestação predial pelo Aedes aegypti em todos os municípios brasileiros; reduzir em 50% o número de casos em 2003, em relação a 2002, e em mais 25% nos anos seguintes; e a menos de 1% os óbitos por dengue hemorrágica.