Alto preço do gás inviabiliza indústrias em Santa Catarina

21/11/2002 - 18h08

Florianópolis, 21/11/2002 (Agência Brasil - ABr) - O alto preço do gás natural, distribuído em Santa Catarina pelo gasoduto Brasil Bolívia, está inviabilizando a atividade industrial de alguns setores que usam o produto como fonte energética. Entre os setores mais prejudicados está o da produção de cerâmicas.

Para buscar soluções junto ao governo federal e melhores preços para garantir a competitividade dessas indústrias foi instalada, na Assembléia Legislativa, uma Comissão Parlamentar Externa (CPE) que se reunirá próxima segunda-feira, com o presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, deputado federal Gervásio Silva, e com representantes da SC-Gás (companhia responsável pela distribuição do produto), da Petrobras, da Federação das Indústrias do Estado e sindicatos do setor.

As indústrias cerâmicas utilizam cerca de 900 mil metros cúbicos de gás natural por dia, 70% do total consumido no Estado. "O gás natural consumido pelas indústrias catarinenses é o segundo mais caro do mundo, perdendo apenas para o Japão. Isso prejudica sensivelmente nossas empresas. No caso da cerâmica, o gás é fator preponderante na formação do custo, além de ser uma forma de energia limpa que melhora a qualidade do produto colocado no mercado", explicou o deputado Valmir Comin.

Segundo ele, o custo elevado do gás torna a cerâmica catarinense 5% mais cara do que as de outros Estados. "A médio e longo prazos, isso representa risco de perda de emprego no setor, porque as empresas deixam de exportar", disse Comin, lembrando, ainda, que o mesmo gás vindo da Bolívia e distribuído aos Estados vizinhos do Rio Grande do Sul e Paraná, tem preço inferior ao praticado em Santa Catarina. "Estamos em situação crítica, pois a indústria cerâmica viabilizou a vinda do gás para Santa Catarina e, agora, o gás está inviabilizando a atividade", completou o deputado.

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