Brasília, 25 (Agência Brasil - ABr) - O ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, afirmou, durante café da manhã com a imprensa na manhã desta quinta-feira, que o governo está estudando a possibilidade de estabelecer um preço máximo para o gás de cozinha, em torno de R$ 23, mas que pode variar de acordo com a região do país, "já que para entregar em localidades mais distantes há um custo maior com o transporte", frisou. Gomide considera esse "tabelamento" do teto ruim, já que o mercado é livre.
"Mas antes de estabelecermos este preço máximo, nos reuniremos com as distribuidoras e revendedoras para fazer um alerta sobre as margens de lucro que estão acima do adequado. Falaremos também da possibilidade de fixar um teto", destacou Gomide. Segundo ele, ficou diagnosticado um aumento da margem de lucro das distribuidoras, mas que a Petrobrás manteve o seu preço.
"Até o ano passado, quando o governo ainda controlava o preço dos combustíveis, a Petrobrás vendia o botijão a R$ 9 e o mercado colocava mais R$ 9 de lucro, chegando ao consumidor a uma média de preço de R$ 18. A partir desse ano, com a liberação do mercado e o fim do subsídio, o preço passou a ser de R$ 14 e o setor também colocou mais R$ 14 em cima, chegando a um preço final de R$ 28 o botijão", relembrou Gomide destacando que o certo seria as distribuidoras continuarem com um lucro de R$ 9, já que o serviço prestado por elas não mudaria.
Gomide alertou que os abusos nos preços dos demais combustíveis, em função do dólar especulativo, também poderão sofrer a intervenção do governo e descartou um possível aumento no auxílio-gás para compensar os reajustes do preço do gás de cozinha. "Hoje, 6,4 milhões de famílias recebem o benefício. A nossa expectativa é que esse número cresça para 10 milhões", idealizou o ministro.
Quando perguntado sobre um provável racionamento de energia em 2004, o ministro afirmou que o país não corre esse risco. "O governo descarta veementemente essa possibilidade com fatos e dados", concluiu Francisco Gomide.