Milosevic nega ter ordenado ocultação de provas sobre crimes de guerra

24/07/2002 - 12h33

Brasília, 24 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O ex-presidente da Iugoslávia Slobodan Milosevic negou, no tribunal das Nações Unidas que o julga por suposto envolvimento em crimes de guerra nos Bálcãs, que forças sérvias tivessem assassinado membros da etnia albanesa cujos corpos foram levados de caminhão e lançados no Rio Danúbio. Milosevic, que também reiterou sua rejeição das acusações de que teria acobertado execuções sumárias e práticas de "limpeza" étnica em Kosovo, atribuiu as mortes a criminosos que atuam no tráfico internacional de pessoas. As informações são da CNN.

"Estamos falando de um grupo criminoso organizado. Essas pessoas se afogaram quando o caminhão tombou e acabou dentro do rio", afirmou o ex-presidente. Ele citou vários relatórios dos serviços de segurança do governo e notas de promotores públicos sobre o disseminado tráfico de seres humanos no leste da Sérvia, onde o caminhão foi descoberto em 1999.

Milosevic está atuando como o próprio advogado de defesa perante o tribunal internacional. Ele enfrenta 66 acusações de crimes de guerra cometidos na Croácia, na Bósnia e em Kosovo. Além de genocídio, o ex-presidente também é acusado de envolvimento no assassinato de 900 albaneses de Kosovo e na expulsão de 800 mil membros dessa etnia durante uma violenta campanha militar sérvia em 1999, que levou a Organização do Tratado do Atlântico Norte a ordenar 78 dias de bombardeios aéreos contra alvos na Iugoslávia.