Brasília, 22 (Agência Brasil - ABr/CNN) - A WorldCom, segunda maior companhia telefônica de longa distância nos Estados Unidos e controladora da Embratel, entrou com um pedido de concordata, quase um mês depois de ter revelado que registrou indevidamente US$ 3,9 bilhões como despesas operacionais. Com um patrimônio de US$ 107 bilhões de dólares, a concordata da WorldCom é a maior na história norte-americana, superando a do grupo Enron, ocorrida no final do ano passado. As informações são da CNN.
A companhia, que tem uma dívida de US$ 41 bilhões de dólares, continuará a operar enquanto desenvolve um plano de reestruturação. As unidades da WorldCom no exterior não estão incluídas nesse processo.
A companhia solicitou na semana passada um financiamento de US$ 2 bilhões, para "devedor sob proteção", ao Citigroup, ao J.P. Morgan e ao G.E. Capital, o que permitirá que continue a operar enquanto estiver sob esse novo status. O pacote ainda tem que ser aprovado pela Justiça.
A WorldCom já havia garantido um pacote de US$ 750 milhões de seus credores. O fundo adicional permitirá que a companhia honre obrigações como o pagamento de novos serviços da dívida e salários de funcionários. A empresa também declarou que seus clientes não sentirão de imediato os efeitos do processo de falência.
A WorldCom, que opera a maior rede de Internet do mundo, emprega 60 mil pessoas em 65 países. "Nós utilizaremos esse período de reorganização para recuperar nossa saúde financeira", declarou o executivo-chefe (CEO) John Sidgmore. "Nós sairemos o mais rapidamente possível desse processo de falência e com nosso espírito competitivo intacto".
A companhia também disse ontem (21) que havia elegido dois membros para sua junta de diretores, Nicholas Katzenbach e Dennis R. Beresford. Ambos atuarão em uma comissão especial que revisará as práticas de contabilidade da WorldCom. Katzenbach já foi procurador geral e consultor jurídico da IBM Corp. Beresford é professor de contabilidade na Universidade da Geórgia e ex-presidente da Financial Accounting Standards Board.
Em abril passado, o então CEO Bernie Ebbers renunciou em meio a uma polêmica sobre os empréstimos pessoais de US$ 366 milhões que havia contraído da companhia. Ebbers entrou no ramo da telefonia de longa distância em 1983, com uma empresa chamada LDDS.
O executivo fez a companhia crescer através de uma série de aquisições e mudou seu nome para WorldCom em 1995. Em 1998, comprou a MCI, a segunda maior provedora de longa distância dos Estados Unidos – depois da AT&T Corp. -- por US$ 37 bilhões.
A sorte da WorldCom começou a mudar no final de 1999, quando seus clientes corporativos reduziram seus gastos com serviços e equipamentos de telecomunicações.
Quando os problemas da companhia vieram à tona, em junho, muitos bancos se recusaram a lhe fornecer mais dinheiro, a não ser que fosse garantido por seu patrimônio.
A WorldCom teria mais de mil credores, segundo o processo de falência. Entre os 50 principais estão J.P Morgan Chase, Citibank, Goldman Sachs e Crédit Suisse First Boston.