Brasília, 22 (Agência Brasil - ABr/CNN) - O ministro israelense das Relações Exteriores, Shimon Peres, declarou hoje que as Forças de Defesa de Israel estão preparadas para sair de Hebron e Belém, na Cisjordânia, em troca de garantias de segurança da Autoridade Palestina. Segundo ele, as garantias teriam que incluir uma disposição para que as forças de segurança palestinas assumissem o controle das duas cidades e evitar ataques contra Israel. As informações são da CNN.
"Nós realmente queremos sair dessas áreas tão logo as forças de segurança (palestinas) tenham condições de assumí-las , disse Peres, em uma entrevista à Rádio Israel. Perguntado se estava confirmando notícias de que o exército se retiraria de cidades da Cisjordânia, Peres respondeu: "Sim, há cidades que estão mais calmas do que outras; Hebron, Belém e Jericó".
O chanceler não especificou quando as retiradas poderiam ocorrer. Israel mantém presença militar em sete das oito maiores cidades palestinas na Cisjordânia, incluindo Hebron e Belém. Os soldados foram enviados para essas duas cidades depois de dois atentados suicidas ocorridos em Jerusalém, há mais de um mês. Mas Jericó, que tem se mantido calma durante a maior parte do atual conflito, é uma das cidades da Cisjordânia que não foram ocupadas.
Ainda hoje, as Forças de Defesa de Israel suspenderam um toque de recolher, para o dia, em várias cidades palestinas, incluindo Hebron. Mas a medida continuou em vigor na cidade de Belém.
O toque de recolher tem confinado cerca de 700 mil palestinos em suas casas, nas últimas semanas, os impedindo de ir para o trabalho e prejudicando a economia, que foi dizimada nos quase dois anos do atual conflito.
No sul da Faixa de Gaza, dois militantes palestinos foram baleados e mortos por soldados israelenses, quando tentavam atacar um assentamento judaico na região, de acordo com um comunicado militar. Dois soldados ficaram levemente feridos no tiroteio. Alto-falantes de uma mesquita na cidade palestina de Khan Younis anunciaram que a organização Jihad Islâmica havia realizado o ataque.
Em Jerusalém, as autoridades israelenses concordaram em permitir a reabertura do escritório da principal personalidade palestina no setor leste da cidade, Sari Nusseibeh. A polícia fechou o escritório há duas semanas, sob a alegação de que Nusseibeh, o presidente da Universidade Al-Quds, teria violado acordos ao se engajar em atividades políticas palestinas em Jerusalém.
Nusseibeh, que é também o principal representante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na cidade, disse ter assinado um documento em que se compromete a não participar de atividades políticas.