Manifestantes protestam contra presença de tropas dos EUA nas Filipinas

22/07/2002 - 11h38

Brasília, 22 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Cerca de cinco mil manifestantes saíram hoje às ruas de Manila, a capital das Filipinas, para protestar contra a presença de tropas dos Estados Unidos no país. O protesto, que coincidiu com o segundo pronunciamento anual da presidente Gloria Macapagal Arroyo ao Congresso, terminou em violência, com grupos de manifestantes enfrentando cerca de 500 policiais no centro da capital. As informações são da CNN.

Em seu discurso, Arroyo prometeu dar continuidade à campanha de repressão ao terrorismo, numa referência às atividades de grupos rebeldes do sul do país, uma região de maioria muçulmana. Os manifestantes, que tentavam se aproximar da sede do Congresso, acusaram a presidente de ser um fantoche de Washington.

Mas Arroyo defendeu sua parceria militar com os EUA. "Nós devemos incrementar nossas relações estratégicas com os Estados Unidos através da manutenção dos exercícios de treinamento visando a aprimorar a capacidade dos soldados filipinos para se movimentar e se comunicar e para liquidar seus alvos", argumentou a presidente.

Recentemente, Arroyo havia anunciado que as Filipinas e os Estados Unidos realizariam outra série de manobras militares após a conclusão dos seis meses de exercícios de contra-terrorismo, em 31 de julho. As manobras conjuntas, iniciadas no começo deste ano, representaram a primeira expansão para além do Afeganistão da guerra contra o terror liderada pelo Governo Bush.

Mais de 1.200 militares norte-americanos estão assessorando e treinando as tropas filipinas em sua luta contra o Abu Sayyaf, um grupo militante islâmico vinculado à rede terrorista Al Qaeda. Mas alguns políticos e setores da população têm condenado a presença norte-americana em território filipino, afirmando que ela mina a soberania nacional.

Na semana passada, Arroyo assumiu formalmente a função de secretário para Assuntos Exteriores devido à renuncia do vice-presidente Teofisto Guingona, em meio a divergências sobre a presença militar norte-americana.

Arroyo chegou ao poder em janeiro do ano passado, depois que uma revolta forçou a saída do então presidente Joseph Estrada, atualmente sendo julgado por corrupção.