Brasília, 22 (Agência Brasil - ABr) - Possibilitado pela assinatura do Protocolo de Ação Afirmativa no Instituto Rio Branco, que envolveu o Ministério das Relações Exteriores, a Fundação Palmares do Ministério da Cultura, o Ministério da Ciência e Tecnologia/CNPq, e a Secretaria de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça, foi concluído o processo de seleção dos 20 condidatos afro-descendentes para as "Bolsas-Prêmio Vocação para a Diplomacia".
Segundo nota oficial divulgada hoje pelo Ministério das Relações Exteriores, a iniciativa "responde ao esforço do governo federal em prol de ações afirmativas de combate ao racismo e à discriminação e tem como objetivo propiciar melhor preparação de afro-descendentes para o concurso de ingresso à carreira diplomática".
Ainda de acordo com a nota, apresentaram-se 403 candidaturas, originárias de diferentes estados da Federação. O processo de seleção coube à Comissão Técnica constituída por representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Conselho Científico e Tecnológico Palmares (C&T Palmares), da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e do Ministério das Relações Exteriores.
O método de avaliação incluiu análise do desempenho acadêmico; da clareza e viabilidade do plano de trabalho ou estudo apresentado pelos candidatos; da objetividade e coerência no plano da bolsa para os meses de vigência do programa; da capacidade analítica e de articulação de idéias, verificada por meio de redação sobre os motivos e expectativas do candidato a diplomata.
No conjunto da análise, foram consideradas também as condições socioeconômicas dos condidatos e a perspectiva de gênero. Para o Itamaraty, a concessão das 20 bolsas-prêmio representa um "estímulo aos candidatos que, como integrantes de um segmento étnico que sofre o resultado histórico da discriminação racial e em função de limitações financeiras, não teriam forma alternativa eficaz de se preparar adequadamente para o concurso de ingresso no Instituto Rio Branco".