Balança comercial registra o melhor saldo do ano

22/07/2002 - 20h18

Brasília, 23 (Agência Brasil - ABr) - A balança comercial brasileira acumula no ano superávit de US$ 3,509 bilhões. O resultado foi incrementado pelo saldo positivo de US$ 903 milhões observado em julho, até a terceira semana, o melhor saldo em 2002.

De acordo com os dados divulgados nesta segunda pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as exportações de janeiro até a terceira semana de julho chegaram a US$ 29,147 bilhões e as importações atingiram US$ 25,638 bilhões. A expectativa do ministério do Desenvolvimento é que o governo cumpra com folga a meta de US$ 5 bilhões para este ano. Nos últimos 12 meses o saldo já atingiu US$ 6,3 bilhões.

No mês, as vendas brasileiras somaram US$ 4,095 bilhões e as compras, US$ 3,192 bilhões. Considerada apenas a terceira semana o país exportou US$ 1,196 bilhão e importou US$ 1,057 bilhão, com superávit de US$ 139 milhões.

A média diária das exportações até a terceira semana foi de US$ 273 milhões, com crescimento de 21% em relação à média do mesmo período ano passado. Foi a primeira vez no ano em que, na comparação com 2001 houve crescimento das exportações. Na avaliação do secretário-adjunto de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, a retomada dos embarques - que vinham sendo prejudicados pela greve dos fiscais da Receita Federal - na semana passada, colaborou para o desempenho das exportações.

Cresceram, principalmente, as vendas dos produtos semimanufaturados, com aumento de 53,8%. As outras categorias da pauta de exportação também tiveram suas vendas elevadas. A venda dos básicos teve crescimento de 36,9% e a dos manufaturados, de 3,9%.

A média diária das importações, até a terceira semana de julho, foi de US$ 212,8 milhões, com redução de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado. As maiores quedas foram nas compras de combustíveis e lubrificantes, em 26,8%, automóveis e suas partes, 25,5% e produtos farmacêuticos, com queda de 17,1%.

Ao comentar os números da balança, o secretário-adjunto de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, disse que os exportadores estão sabendo escapar do "efeito Argentina", para onde as exportações brasileiras caíram 66,2% no semestre, representando 49,1% da redução total nas vendas externas em comparação com o período entre janeiro e junho do ano passado. Segundo Ramalho, os exportadores estão desviando seus destinos comerciais da Argentina para países com maior poder de compra, como Estados Unidos.