Dieta saudável pode diminuir risco de Alzheimer

18/07/2002 - 20h02

Brasília, 18 (Agência Brasil - ABr) - Estudos recentes relacionam uma dieta saudável à prevenção do Mal de Alzheimer. Ou seja, a recomendação é a mesma para quem quer ter vida longa, muita fruta, vegetais e menos carne vermelha. As evidências são de que fatores de risco como doenças do coração, pressão alta, diabetes, excesso de peso e alto índice de colesterol, além da falta de exercício físico, podem ter um importante papel no desenvolvimento dessa doença degenerativa do cérebro. As conclusões serão apresentadas a partir de sábado (20), até o dia 25, na Conferência Internacional sobre Mal de Alzheimer e Desordens Relacionadas, em Estocolmo (Suécia).

O evento reune mais de quatro mil pesquisadores que se dedicam ao estudo do Alzheimer, mal que causa perda de memória, desorientação, depressão e a falta de habilidade para o desempenho de atividades cotidianas. Os indícios de que há uma conexão entre o estilo de vida e o aparecimento da doença são objeto de estudo nos últimos anos, mas, ao que parece, os especialistas estão cada vez mais perto de afirmar que o que é bom para o coração, também o é para o cérebro.

Um dos estudos a serem apresentado no evento comprova que níveis altos de colesterol e pressão alta podem ter mais influência no risco de desenvolver o Alzheimer do que uma possível variação genética, possibilidade também investigada há alguns anos. Outras pesquisas relacionam os tratamentos para redução de colesterol, com uso de drogas chamadas estatinas, com a redução do risco. É que o colesterol afina as artérias e aumenta o risco de doenças cardíacas. Por isso, alguns pesquisadores acreditam que o colesterol poderia afetar também as artérias cerebrais e promover uma proliferação da proteína beta-amilóide. Placas se formam em áreas do cérebro, com o aumento da produção da proteína, e destroem os neurônios que atuam nas funções de memória e concentração.

Outro destaque é a possibilidade de ver o que acontece no cérebro de um paciente com Alzheimer. A confirmação da doença, até hoje, só é feita pelo exame do cérebro depois da morte. Uma das linhas de estudo a serem apresentadas na conferência mostra como uma tinta especial poderá mostrar onde as placas de beta-amilóide estão localizadas. Em testes, a tinta percorreu áreas do cérebro onde normalmente as placas são encontradas nas autópsias de pessoas acometidas pelo mal. Nas pessoas sem nenhum problema mental, foi encontrada pouca substância depositada no cérebro. (Lana Cristina, com informações da CBSNews.com)