Brasília, 11 (Agência Brasil - ABr/CNN) - Milhares de opositores do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, saíram às ruas de Caracas hoje para exigir a sua renúncia, no protesto mais expressivo desde que um levante similar resultou em um rápido golpe de Estado, há exatos três meses. Os manifestantes se declararam em desobediência civil e disseram que permaneceriam nas ruas o tempo necessário. As informações são da CNN.
Temendo evitar repetições dos sangrentos atos de 11 de abril, em que 18 pessoas morreram baleadas e centenas ficaram feridas, Chávez fez um pronunciamento na televisão e apelou aos venezuelanos para que mantivessem a "calma, a paciência e a prudência".
O percurso da marcha, que inicialmente terminaria no palácio presidencial de Miraflores, foi modificado na última hora depois que o governo ressaltou que manifestações nos arredores da sede do Executivo são proibidas por um decreto de 1992. Ainda assim, os organizadores do protesto decidiram se concentrar a poucas quadras do palácio, totalmente isolado por cordões de segurança.
Os adversários de Chávez, que é tenente-coronel reformado e liderou, em 1992, uma fracassada tentativa de golpe de Estado, o acusam de deixar de cumprir as promessas de sua campanha eleitoral, que focalizou o combate à pobreza e à corrupção. Chávez também é responsabilizado pela profunda recessão econômica e pela promoção de uma divisão de classes.
Carregando cartazes com lemas como "nem um morto mais" e "nem um passo atrás, fora", milhares de manifestantes marcharam por algumas das principais avenidas de Caracas. "Chegou a hora de Chávez, é hora de sair", declarou o estudante Aurélio Márquez, de 19 anos, enquanto percorria a avenida Libertador. "Chávez levou a Venezuela à ruína econômica e moral. Não podemos permitir que continue um minuto a mais no poder", concluiu.
Chávez não está em Caracas. O vice-presidente, José Vicente Rangel, anunciou que o chefe de Estado deslocou-se até Maracay para assistir à formatura de um grupo de suboficiais.