Brasília, 7 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Educação vai colaborar com Angola para ajudar a reconstruir esse país, que acaba de sair de uma guerra civil de 40 anos. "Realizamos várias experiências no ensino fundamental que podem ser importantes para Angola", disse o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, à comissão da área de Educação do governo angolano e dirigentes da empresa Odebrech, que foram recebidos na última semana,pelo ministro, em Brasília.
Programas como os Parâmetros Curriculares Nacionais, TV Escola, Merenda Escolar, Dinheiro Direto na Escola, Programa Nacional do Livro Didático e Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) são algumas das experiências brasileiras citadas pelo ministro Paulo Renato que podem servir de modelo para Angola. A possível parceria está sendo discutida entre técnicos da Secretaria de Educação Fundamental (SEF/MEC) e da Secretaria de Educação Média e Tecnológica (Semtec/MEC), a comissão angolana e empresários instalados naquele País.
O ministro Paulo Renato se encontrou também com os angolanos para estudar as possibilidades de parcerias. De acordo com o embaixador Marcos César Naslanski, diretor-geral da Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério de Relações Exteriores, o Brasil tem feito intercâmbios pontuais com Angola, mas a intenção agora é potencializar esses trabalhos. Atualmente, a Agência de Cooperação e o Sesi têm um centro de formação profissional em Luanda (Angola), que forma 500 angolanos por semestre em cursos como costura industrial e mecânica básica. Esses cursos serão ampliados e o governo brasileiro também deve levar para Angola o Alfabetização Solidária.
"A situação de conflito destruiu nosso país, deixando seqüelas sociais e na infra-estrutura. As áreas mais preocupantes e urgentes são Educação, Saúde e reinserção social", explicou o chefe da delegação, Jaime da Cunha Franco, diretor do gabinete de Estudos e Planejamento do governo angolano.
De acordo com Jaime Franco, mais de um milhão de crianças, de seis a 14 anos, estão fora da escola em Angola. Ele destacou que o Brasil está muito avançado na Educação e lembrou que o fato de falar a mesma língua também facilita a cooperação do Brasil com Angola.
"Não temos muito tempo para começar a fazer as coisas. Precisamos de ações de impacto e respostas rápidas", disse. A delegação, a pedido do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, veio ao Brasil conhecer os principais projetos desenvolvidos na Educação e Saúde. Angola, país localizado no Sul da África e que foi colonizado por Portugal, tem 12 milhões de habitantes.