Ministro do Planejamento reúne-se com representantes de administradoras de fundos de pensão

05/07/2002 - 16h59

São Paulo, 5 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guilherme Dias, reuniu-se hoje, nesta capital, com líderes executivos das administradoras de fundos de pensão, no auditório da Associação Brasileira das Entidades Fechadas da Previdência Complementar (Abrapp), para expor os principais empreendimentos de infra-estrutura previstos na integração nesta área dos 12 países da América Sul. A meta é desenvolver 120 projetos nas áreas de transporte, energia e comunicação nos próximos 10 anos, a um custo estimado de US$ 40 bilhões.

Parte desses recursos deverá ser captado na iniciativa privada, e entre os segmentos que poderiam financiar as obras está o setor de fundos de pensão, informou o ministro, observando que, além da tendência de crescimento no mercado, este setor representa 10% na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Dados da Abrapp indicam que as 384 entidades fechadas de previdência complementar fecharam o mês de março com patrimônio de R$ 171,7 bilhões, 16% acima de igual período em 2001, e seus ativos somaram R$ 147,9 bilhões.

Entre os projetos que compõem a Iniciativa para a Integração da Infra-Estrutura Regional da América do Sul (IIRSA), estão o projeto de integração Gasyrg, que prevê uma ampliação do Gasoduto Brasil-Bolívia com interligações junto aos demais países do Mercosul, a interconexão elétrica Brasil-Argentina e a rodovia Santa Cruz de la Sierra-Puerto Suárez.

O ministro Guilherme Dias lembrou que, durante o período de racionamento de energia no Brasil, o país importou energia da Argentina e que a Bolívia tem cinco vezes mais gás natural, numa referência às potencialidades de troca. Comentando a proposta do governo brasileiro de unificar as fontes de fomento na América do Sul, conforme anunciou ontem, em São Paulo, o presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro do Planejamento destacou que isso poderia fortalecer o poder de investimento e, conseqüentemente, abriria caminho para a consolidação econômica do bloco regional. A questão deverá ser tratada na segunda reunião dos presidentes da América do Sul, em Guayquil, no Equador, no final deste mês.

Sobre a queda do Brasil na classificação das instituições que medem o grau de risco de investimento, o ministro ponderou que este tipo de classificação refere-se a papéis como os títulos da dívida externa, com oscilações no curto prazo, enquanto os investimentos em
infra-estrutura implicam análises de longo prazo . Estas, segundo ele, não devem sofrer influência das variações do mercado no curto prazo. Dias observou que, no ano passado, os investimentos estrangeiros somaram US$ 20 bilhões, devendo manter-se em torno de US$ 18 bilhões neste ano.