Buenos Aires, 5 (Agência Brasil - ABr) - Os presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, e da Argentina, Eduardo Duhalde, assinaram hoje, após a reunião de cúpula do Mercosul, três acordos de importância fundamental para o comércio bilateral: setor automotivo, dívidas de importações argentinas para com exportadores brasileiros e as barreiras comerciais para as carnes de frango e de suínos, e na área de têxteis.

Em relação ao acordo automotivo, os dois países acertaram que, neste ano, para cada US$ 1 vendido pelo Brasil para a Argentina em produto do setor automotivo (veículos e autopeças), a Argentina poderá vender US$ 2. Em 2003, a relação será de US$ 1 para US$ 2,2; em 2004, de US$ 1 para US$ 2,4: em 2005, de US$ 1 para US$ 2,6 e em 2006, o comércio automotivo entre os dois países será liberado. Quanto às medidas antidumping, o governo argentino aceitou retirar, num prazo de 60 dias, as restrições às carnes de frango e de suínos exportadas pelo Brasil. No caso dos produtos têxteis, a Argentina irá retirar as barreiras mas, ao meso tempo, promoverá um entendimento entre os setores privados brasileiros e argentinos.

Sobre a dívida dos argentinos com os exportadores brasileiros, os dois governos acertaram que a dívida que os importadores têm com os exportadores terá uma solução definitiva. Além disso, os dois governos acertaram que o Banco Nacional da Argentina emprestará o dinheiro para que o importador pague seu débito. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abrirá uma linha de crédito de cerca de US$ 300 milhões ao Banco argentino para que o país torne possível a operação.

Outra medida estabelece uma reformulação no mecanismo do Convênio de Crédito Recíproco (CCR), cujo limite das operações de comércio passará de US$ 100 mil para US$ 300 mil.