Brasília, 5 (Agência Brasil - ABr) - A balança comercial do agronegócio apresentou superávit de US$ 1,422 bilhão no mês de junho, resultado de exportações de US$ 1,759 bilhão e importações de US$ 337 milhões. Em maio, o superávit foi de US$ 1,391 bilhão. De acordo com os resultados divulgados hoje pela Secretaria de Produção e Comercialização (SPC) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a participação dos produtos do agronegócio representou 43,1% do total arrecadado com as exportações brasileiras no mês de junho (US$ 4,079 bilhões). Considerando os últimos doze meses (julho de 2001 a junho de 2002), o superávit atinge US$ 17,9 bilhões, valor 7,5% superior ao registrado nos 12 meses anteriores. O valor das exportações do setor atingiu, no período, US$ 22,3 bilhões.
Apesar da manutenção do saldo positivo, o ritmo das vendas externas do agronegócio caiu. Em relação a junho de 2001, o dados de junho deste ano indicam queda de 22% nas exportações, resultado que repete o observado nos meses anteriores. Entre os fatores que contribuíram para o desempenho aquém do esperado pelo governo está o adiamento nos embarques de algumas commodities em função de expectativas de melhoria dos preços externos e das flutuações do mercado de câmbio.
Na comparação com o mês de maio, as exportações do agronegócio apresentaram pequena elevação, da ordem de 1,8%, enquanto as importações mantiveram-se no mesmo patamar, com saldo comercial superando em 2,3% os valores daquele mês. Entre os destaques de junho estão as vendas externas do complexo soja, que saltaram de US$ 217 milhões em maio para US$ 391 milhões em junho (+ 80%), apesar de abaixo dos US$ 685 milhões faturados em junho de 2001, o que representa queda de 43%.
Segundo o Ministério da Agricultura, desde o início da comercialização da soja, em março, estima-se que cerca de US$ 800 milhões deixaram de ser faturados na expectativa de melhor remuneração em reais. Na avaliação dos técnicos da SPC, movimentos similares podem estar ocorrendo com outros setores exportadores, entre os quais café e celulose. O comportamento das vendas externas dos dois segmentos está, até o momento, muito abaixo do esperado. No caso do café em grãos, o volume embarcado caiu 29,1% em relação a maio último e 32,8% em relação a junho de 2001. No que se refere à celulose, o volume embarcado em junho foi de 73,7% inferior a maio e 83% menor do que o de junho de 2001.
Por outro lado, os embarques de açúcar continuam acelerados, superando a marca de 1,2 milhão de toneladas no mês de junho último, 117,5% acima do mês anterior e 65,2% superior ao de junho de 2001. A receita em dólares, entretanto, ficou apenas 14,5% acima da obtida no mesmo mês de 2001 devido à queda da ordem de 30% nas cotações internacionais do produto. Os preços menores têm afetado também as receitas com as exportações de carnes, que em junho alcançaram US$ 209,9 milhões, 15,5% inferiores às do mesmo mês de 2001. Em volume, contudo, os volumes embarcados superaram ligeiramente as vendas do ano anterior (+ 0,7%), com crescimento mais expressivo na carne suína (+ 40,2%) e queda de 11,1% nos embarques de carne de frango "in natura".