Brasília, 4 (Agência Brasil - ABr) - Ao ser lançado pelo presidente Fernando Henrique em dezembro de 1999, o Programa Luz no Campo fixou uma meta ousada: fazer com que o Brasil, num prazo de cinco anos, deixasse de ter cidadãos vivendo à luz de lampião, limitados social e economicamente pela falta de energia. A estimativa era de alcançar 100% de eletrificação em oito Estados do Sul e do Nordeste; e dois terços de eletrificação em outros nove Estados.
Hoje, dois anos e meio depois de iniciado, o programa, que integra o Plano Avança Brasil, coordenado pelo Ministério do Planejamento, ultrapassou as 400 mil ligações rurais já na primeira fase, beneficiando cerca de dois milhões de pessoas. É quase tanto quanto foi feito nos últimos 15 anos. Em governos anteriores, os programas de eletrificação rural permitiram atender a 475 mil domicílios, num período de 14 anos.
"É um passo extraordinário para a erradicação da pobreza em nosso país", diz Fernando Pertusier, gerente do programa, ao lembrar que o Luz no Campo é interligado a uma série de outras ações do Governo Federal para atender a população rural. Junto com a luz, vem o posto de saúde, a escola e as obras de infra-estrutura, diz.
De acordo com o último relatório divulgado, correspondente ao mês de maio, o programa ligou 418.617 consumidores. Além de integrar o Avança Brasil, o Luz no Campo conta com recursos de R$ 2,7 bilhões, provenientes da Reserva Global de Reversão (RGR) da Eletrobrás, dos governos estaduais, municipais e das distribuidoras de energia.
Como não são recursos ilimitados, o Ministério das Minas e Energia fixou critérios para sua aplicação. Cada Estado recebe uma fatia proporcional ao número de propriedades rurais sem eletricidade e ao custo estimado de cada nova ligação. Em conseqüência, os Estados mais beneficiados foram os da região Nordeste, com recursos reservados de 53% do total.
No Nordeste, para uma demanda de 503.864 interessados cadastrados, foram realizadas 211.697 ligações até maio passado. Elas estão distribuídas pelos seguintes Estados: Bahia (94.024); Pernambuco (53.903); Ceará (41.897); Piauí (6.940); Rio Grande do Norte (6.473); Sergipe (3880); Alagoas (2.382) e Paraíba (2.198).
Na região Sudeste, para uma demanda de 179.722 interessados cadastrados, foram realizadas 103.942 ligações até maio passado. Elas estão distribuídas pelos seguintes estados: Minas Gerais (71.310); Rio de Janeiro (13.919); São Paulo (13.103) e Espírito Santo (5.610).
No Centro-Oeste, a demanda foi de 84.080 interessados cadastrados, sendo realizadas 39.171 ligações até maio passado. Elas estão distribuídas pelos seguintes Estados: Mato Grosso (25.205); Goiás (7.172); Mato Grosso do Sul (5.697); e Distrito Federal (1.097).
Na região Sul, para uma demanda de 76.333 interessados cadastrados, foram realizadas 32.074 ligações até maio passado. Elas estão distribuídas pelos seguintes Estados: Paraná (16.973); Santa Catarina (8.883) e Rio Grande do Sul (6.218).
Na região Norte, a demanda foi de 123.867 interessados cadastrados, sendo realizadas 31.733 ligações até maio passado. Elas estão distribuídas pelos seguintes Estados: Pará (19.020); Tocantins (7.296); Rondônia (3.022); Acre (1.507) e Roraima (888).