Brasil terá acesso ao acervo do Escritório Europeu de Patentes

04/07/2002 - 19h03

Brasília, 4 (Agência Brasil - ABr) - Pesquisadores brasileiros terão, a partir de agora, acesso ao acervo do Escritório Europeu de Patentes, considerado o principal do mundo, com 100 milhões de patentes registradas. O presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), José Graça Aranha, e o presidente do Escritório Europeu de Patentes, Ingo Kober, assinaram convênio que coloca à disposição do Brasil o sistema de busca. O convênio, que levou três anos para ser fechado, inclui a instalação de cinco terminais de computadores no prédio do INPI, no Rio de Janeiro.

Para Graça Aranha, o convênio simboliza um importante salto na pesquisa industrial brasileira. "O nosso banco de patentes possui apenas 20 milhões de patentes, sendo que 65% do coleção está em papel. Com o acesso ao sistema europeu, além de disponibilizar um volume maior de patentes, estaremos facilitando a pesquisa, que será on line", comentou ele, lembrando que o banco brasileiro ocupa 5.500 metros quadrados, distribuídos em cinco andares. A tendência, com o convênio, é incluir o atual acervo no arquivo morto.

Kober ressaltou o interesse do seu escritório em estreitar relações com países da América Latina, especialmente o Brasil, por isso, embora tenha investido US$ 20 milhões no desenvolvimento do software, não cobrou nada para disponibilizá-lo. A contrapartida brasileira foi apenas a instalação dos cinco computadores.

Além do acesso ao acervo, o convênio também incluiu o treinamento dos funcionários do INPI, que, por enquanto, serão os únicos a navegar pelo sistema. Para obter informações, indústrias e pesquisadores terão que se dirigir aos técnicos.

"Este é um primeiro passo, que nos coloca numa posição de vanguarda em relação ao INPIs do mundo inteiro. A nossa intenção é, num segundo momento, disponibilizar o acesso às patentes também ao cidadão", enfatizou o secretário-executivo do ministério do Desenvolvimento Benjamin Sicsú. Além do Brasil, apenas a China tem acesso ao sistema do escritório europeu.