Superávit comercial do Brasil acumula no ano mais de US$ 2,6 bilhões

01/07/2002 - 18h32

Brasília, 1 (Agência Brasil - ABr) - Apesar da redução do ritmo do comércio do Brasil com outros países, o saldo da balança comercial brasileira acumula até junho deste ano um saldo positivo de US$ 2,606 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado nos seis primeiros meses do ano é quase superior ao valor total comercializado em todo o ano passado, em que o saldo da balança comercial do país ficou positivo em US$ US$ 2,647 bilhões. Desde o início do ano, as exportações brasileiras totalizaram US$ 25,052 bilhões, enquanto as importações US$ 22,446 bilhões.

Para a secretária de Comércio Exterior, Lytha Spíndola, esses números provam que o Brasil poderá atingir a meta de superávit de US$ 5 bilhões, estimada pelo governo federal para este ano. "Nos últimos 12 meses o superávit já é superior a US$ 5 bilhões, portanto é um número bastante factível", disse.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o mal desempenho das exportações, no mês de junho, ficou por conta, principalmente dos produtos básicos, como minério de ferro, petróleo em bruto, café e fumo, em que a diminuição das vendas chegou 38,3%, em relação ao ano passado. Quanto aos produtos industrializados, entre manufaturados e semimanufaturados, a queda nas exportações atingiu 10,6%, no mesmo período. Apesar do resultado pouco favorável, a Secex continua trabalhando com perspectivas mais otimistas para este ano.

Segundo Lytha Spíndola, as vendas externas do Brasil nos próximos seis meses serão melhores. Para ela, os acordos firmados entre Brasil e México e Chile poderão incrementar as exportações do país, principalmente de produtos com maior valor agregado como peças e equipamentos ligados à indústria automotiva. "O México é um parceiro importante para o Brasil. Assinado esse acordo, apesar de ser um acordo pequeno, vamos ter um incremento muito positivo nas exportações", disse.

Apesar do otimismo, alguns cenários preocupam o governo, como por exemplo a queda dos preços internacionais de produtos manufaturados - nos últimos meses a queda era bastante expressiva e esperada em produtos com baixo valor agregado, como as "commodities" agrícolas, por exemplo. A retração da economia mundial e da Argentina são fatores que continuando pesando na diminuição do ritmo do comércio do Brasil com outros países. Apesar disso, o Ministério do Desenvolvimento faz uma avaliação bastante positiva sobre o desempenho do Brasil. "A conjuntura internacional é bastante difícil. Depois de duas décadas, o comércio internacional em todo o mundo teve um decréscimo, no ano passado. No Brasil, a taxa positiva é superior a 5%, portanto nós estamos com um taxa de crescimento do comércio que é o dobro da taxa de crescimento mundial. Estamos ganhando participação ano a ano", concluiu.