Brasília, 1 (Agência Brasil - ABr) - O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no país. Devido a falta de prevenção, mais de um milhão de brasileiros sofrem com a doença, provocada pelo aumento da pressão no interior do olho, que pode ocorrer em qualquer idade, embora atinja, na maioria dos casos, pessoas com mais de 40 anos.
O glaucoma é causado pelo acúmulo de líquido que circula no interior do olho ou que, por algum motivo, não possa sair do mesmo. Este aumento do líquido leva ao aumento da pressão no interior do olho afetando o nervo óptico.
"As pessoas geralmente não percebem que têm a doença", afirmou o diretor Hospital de Olhos de Brasília, Canrobert Oliveira em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia. "O glaucoma é assintomático, e pode progredir com tanta lentidão que a pessoa não se dá conta da perda gradual da visão. Por isso, quanto mais rápido for diagnosticado o problema, maiores as chances de evitar a cegueira", assegura.
A forma mais correta de prevenção é procurar um oftalmologista, pois, na maioria dos casos a pessoa não sente nada por meses ou anos. O glaucoma começa atingindo a visão lateral, que vai piorando até atingir também a visão central. "A pessoa enxerga como se estivesse vendo por um tubo de papel e com a progressão da doença, passa a ver por um tubo de caneta até chegar a cegueira", compara Canrobert Oliveira.
Os sintomas podem ser a necessidade de trocar sempre o grau do óculos, dificuldade para se acostumar com a escuridão, perda da visão lateral e visão embaçada, dor intensa nos olhos e dor de cabeça. A doença pode ser causada por mau uso de colírios, portadores de miopia em graus elevados, ascendentes da raça negra, traumas, cirurgias oculares e até por herança genética.
O tratamento, de acordo com o oftalmologista, é feito com colírios que são fáceis de usar e "proporcionam ótimos resultados, impedindo o avanço da doença."
Somente em casos mais graves e avançados são utilizados comprimidos e até mesmo cirurgias.
Canrobert Oliveira alerta ainda que crianças a partir de três anos de idade já devem fazer exame oftalmológico. "Por mais que a criança aparente não apresentar nenhum sintoma é recomendável que já haja corretamente uma prevenção. Adultos devem fazer revisão uma vez ao ano", conlui.