Médicos Sem Fronteria encerra atividades no Brasil e elogia Funasa

28/02/2002 - 12h47

Brasília, 28 (Agência Brasil - ABr) - Após dez anos de intenso trabalho, a organização não governamental (ong) Médicos Sem Fronteira está encerrando sua atividade de assistência à saúde dos povos indígenas no Brasil. Em comunicado oficial ao presidente da Fundação Nacional de Saúde, órgão executivo do Ministério da Saúde, a organização diz que "as atividades da Funasa têm mostrado uma mudança fundamental na política de saúde indígena, substituindo as anteriores políticas assistencialistas por soluções participativas e sustentáveis".

No documento, o coordenador-geral da ong, David Kaisel, agradece a "estimada colaboração do governo brasileiro, por intermédio do Ministério da Saúde" e diz considerar "um privilégio distinto ter podido trabalhar com a população beneficiada, colaboradores e instituições brasileiras".

A ong está elaborando um amplo relatório sobre o trabalho de assistência à saúde dos povos indígenas, realizado nos estados do Amazonas e Roraima a partir de 1991, que será enviado para a Funasa. A Médicos Sem Fronteiras terá suas operações suspensas no Brasil, oficialmente, a partir de hoje, 28 de fevereiro de 2002.

A Funasa assumiu a assistência à saúde dos povos indígenas a partir de 1999, quando esta atividade deixou de ser executada pela Fundação Nacional do Índio (Funai). O presidente da Funasa , Mauro Ricardo Machado Costa salienta que "em pouco mais de dois anos, a fundação mudou o paradigma de saúde indígena no Brasil, construindo um modelo de assistência com controle social rígido e eficiente que é reconhecido pelos próprios indígenas e por respeitadas organizações nacionais e estrangeiras, como é o caso da Médicos Sem Fronteiras", que tem sede na Holanda.