Indústrias do Rio incorporam hábito de economizar energia

28/02/2002 - 19h37

Rio de Janeiro, 28 (Agência Brasil - ABr) - O racionamento de energia que começou em 4 de junho de 2001 terminou nesta quinta-feira, mostrando que as indústrias do Rio de Janeiro incorporaram um novo hábito, o de economizar energia. Segundo a pesquisa "Os impactos do Racionamento de Energia Elétrica sobre as Indústrias do Rio", realizada pelo Conselho de Energia da Firjan junto a 160 empresas de pequeno, médio e grande portes do setor, a quase totalidade das indústrias (90%) garantiu que dará continuidade ao controle sobre os desperdícios na refrigeração, mesmo com o fim do racionamento, e 82% farão controle permanente do consumo.

O racionamento afetou a produção de 46% das indústrias pesquisadas. Desse total, 53% afirmaram ter enfrentado mais dificuldades apenas no início do programa de racionamento, enquanto 47% acusaram problemas durante todo o período. Em média, a produção foi afetada em 15%, revelou o assessor do Conselho de Energia da Firjan, José Octávio Knaack Campos.
Logo no início do programa, 39% das indústrias consultadas adotaram alguma medida em relação à mão-de-obra para se ajustarem a nova realidade de redução do consumo.

Destas, 52% reduziram o número de horas trabalhadas e 40% admitiram que efetuaram cortes de pessoal. As duas medidas foram adotadas simultaneamente por 8% das pesquisadas. Findo o racionamento, 31% dos entrevistados declararam que desejam ampliar o número de empregados e 67% manterão o nível de emprego. Para as indústrias que desejam contratar novos empregados, a estimativa é de aumento em torno de 15%.

O empresariado ouvido pela Firjan está confiante na economia brasileira: 53% da amostra de 160 indústrias consultadas pelo Conselho de Energia pretedem realizar novos investimentos a partir do fim do racionamento, principalmente em modernização de equipamentos e/ou expansão da produção.

Knnack Campos avaliou que as indústrias fluminenses demonstraram grande competência para superar as dificuldades impostas pelo racionamento. A maior delas, segundo 44% dos entrevistados, foi atender aos pedidos feitos antes de 4 de junho de 2001. Ele lembrou que a compra e venda de metas adicionais, através dos leilões de energia ou transações bilaterais, foi adotada por quase metade das empresas consultadas para garantir a produção.

O assessor da Firjan frisou que as práticas adotadas durante o racionamento de energia vão prevalecer, acrescentando que esse novo comportamento, considerado agora como rotina pelas empresas, deverá gerar uma economia de cerca de 7%. Knnack avaliou que as indústrias fluminenses demonstraram grande competência para superar as dificuldades impostas pelo racionamento.