Brasília, 28 (Agência Brasil-Abr) - Os reajustes de mensalidades e de material escolar e a elevação nos preços dos remédios serão os principais responsáveis pela pressão, em fevereiro, sobre a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje. O documento aponta expectativa de inflação estável em 4,8% para este ano e de 4% para 2003.
De acordo com o documento, a inflação vem caindo desde outubro do ano passado, mas ainda sofre pressão dos efeitos negativos causados pelos aumentos dos preços administrados por contrato, pelos fatores climáticos e pela pressão para recomposição das margens de lucros.
O comitê avalia que, apesar da redução significativa dos preços da gasolina no início do ano, a inflação dos preços administrados por contrato não recuou tanto quanto se esperava. O documento aponta redução de 9,9% no IPCA em janeiro e de 14,4% até 9 de fevereiro, conforme levantamento da Agência Nacional de Petróleo. O gás de cozinha (GLP), que aumentou 17,9% em função do fim do subsídio, e outros itens, que embora tenham peso reduzido no índice, influenciaram as projeções. São exemplos os aumentos de 15% nas passagens de ônibus urbanos de Belo Horizonte, de 23% no valor do imposto predial em São Paulo e de 10,4% em Porto Alegre.
Segundo a ata da última reunião do Copom, realizada nos dia 19 e 20 deste mês, a pressão por recomposição de margens de lucro (e repasse cambial) pode diminuir devido a alguns fatores importantes, como a expansão moderada do crédito, o aumento dos investimentos observados nos últimos anos e o fim do racionamento de energia elétrica.