Brasil será o primeiro país a fazer testes de genotipagem

23/02/2002 - 9h12

Brasília, 22 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil será o primeiro país do mundo a fazer testes de genotipagem, que avaliam a resistência do vírus da Aids ao coquetel de remédios (anti-retrovirais), em rede pública de saúde. A informação é do coordenador nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids), do Ministério da Saúde, Josué Lima, acrescentando que 12 laboratórios nacionais, até março, farão o teste da persistência do vírus HIV aos medicamentos ingeridos pelos doentes.

Segundo Lima, o exame é indicado a pacientes que apresentaram falhas no tratamento com anti-retrovirais e que estejam usando um dos grupos de remédios que compõem o coquetel.
"A expectativa é de que 6.000 testes sejam realizados em 2002. A nova tecnologia foi implantada no Brasil em dezembro do ano passado, sendo que seis laboratórios já estão habilitados para fazer o exame. Os testes foram realizados, inicialmente, nos laboratórios do Rio de Janeiro e de São Paulo. A nossa intenção é de que, em um futuro próximo, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Pará e Distrito Federal, realizem o exame", explicou.

Lima ressaltou que cerca de 113 mil pessoas com Aids usam, atualmente, medicamentos anti-retrovirais em todo o país. O custo dos testes de genotipagem para essas pessoas será zero, uma vez que elas estão em tratamento pelo Sistema Único de Saúde. "O valor de cada teste na rede privada chega a R$ 1.000. Através dessa nova tecnologia, será possível saber qual medicamento deixou de fazer efeito no paciente, seja por má absorção do remédio pelo organismo ou por resistência do vírus. O médico detectará o medicamento com mais chances de funcionar e identificará a probabilidade de acerto e do uso de futuros medicamentos. O Brasil é pioneiro na aplicação dos testes em pacientes da rede pública de saúde", salientou. No total, serão aplicados, inicialmente, R$ 2milhões no projeto e na criação da rede de genotipagem brasileira.