Brasil envia à China a maior missão comercial da história do país

23/02/2002 - 9h30

Brasília, 23 (Agência Brasil - ABr) - Mais de 80 empresários brasileiros já confirmaram, junto ao
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, presença na próxima missão comercial do Brasil à China, entre os dias 1º e 5 de abril. Prefeitos, empreendedores, deputados e mais de 130 empresários estiveram reunidos esta semana com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, para acertar os detalhes de como o Brasil poderá ampliar o fluxo comercial e os negócios no continente asiático, principalmente com a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC). "Além de uma missão empresarial, teremos uma missão que pensará em algo mais, além que exportar: é a presença de empresas brasileiras na China", disse Amaral, confiante que o país poderá dobrar suas exportações para a China, nos próximos anos.

Quase todos os setores da economia brasileira estão representados no grupo, mas é no setor de produtos básicos, como os agrícolas, que estão os maiores investimentos. As propostas para ampliar a receita do país vão da maior abertura de mercado para produtos como celulose, café, minérios, açúcar, carne bovina, suína e de frango até o aumento das exportações
de carrocerias, lideradas pela empresa brasileira Marcopolo, a maior fabricante mundial desse tipo de produto. A exposição de 150 produtos brasileiros de 22 empresas está prevista em 300 supermercados de Shanghai. Tomate, cachaça, leite e soja também entram na lista dos produtos possíveis de terem seus embarques ampliados para este país cuja população é a maior do planeta - cerca de 1,3 bilhão de pessoas.

Mas a intensificação das relações entre Brasil e China irão além do comércio. A cultura também vai servir de ferramenta para aproximar os dois povos e os interesses de ambos os países. Uma campanha, liderada por Lucélia Santos, a atriz brasileira mais conhecida no continente asiático, vai possibilitar a troca de informações culturais através de filmes e cooperações cinematográficas. "Onde vão os nossos filmes, chegam os nossos produtos", concluiu Lucélia, baseada na célebre frase do ex-presidente norte-americano, Theodore Roosevelt, que desencadeou o aumento do consumo mundial de produtos dos Estados Unidos, incentivado pela
indústria cinematográfica de Hollywood.