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Pacientes paralisados voltam a contrair músculos com exoesqueleto, diz Miguel Nicolelis
Criado em 08/03/16 15h59
e atualizado em 08/03/16 18h14
Por Leyberson Pedrosa*
Em entrevista ao programa Espaço Público, o cientista Miguel Nicolelis, coordenador do projeto Andar de Novo (Walk Again), comemorou os avanços das pesquisas com a criação de um exoesqueleto (espécie de roupa robótica) que promete dar movimentos a pacientes com paralisia parcial a partir da interação cérebro-máquina.
Quase dois anos depois que um tetraplégico chutou uma bola usando um exosqueleto na abertura da Copa do Mundo de 2014, a equipe de Nicolelis continuou o desenvolvimento de suas pesquisas com pacientes na Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).
Confira vídeo com uma das suas pacientes testando o exoesqueleto:
A pesquisa com os resultados deve ser publicada em breve, mas o pesquisador adianta que 80% dos pacientes começaram a recuperar algum tipo de função motora, sensorial ou visceral. “Eles começaram a mostrar contrações de músculos que estavam dormentes”, explica.
Para Nicolelis, um dos casos emblemáticos é de uma paciente que passou a ter sensibilidade perinela e poderá sentir o parto, mesmo tendo a parte inferior do corpo paralisada.
Há quase dois anos, o projeto, que envolve pesquisadores de todo o mundo, afirmou que faria um feito inédito durante a Copa do Mundo de 2014: iria mostrar um paciente tetraplégico se levantando de uma cadeira, dando passos e, por fim, chutando uma bola. Contudo, após contratempos com a TV Fifa, responsável pela geração das imagens, o mundo viu menos de 20 segundos de Juliano Pinto, paciente voluntário do projeto, a chutar uma bola com ajuda do exoesqueleto.
Conheçca um pouco mais sobre a trajetória do cientista:
O neurocientista concedeu entrevista para os jornalistas Paulo Moreira Leite, Florestan Fernandes Junior e a jornalista convidada da Folha de São Paulo, Mariana Versolato. Durante o debate, Nicolelis chegou a responsabilizar a Fifa por seu experimento não ter tido um tempo maior para exibição e analisa a relação da ciência com a política.
Assista a íntegra:
*Com informações no programa Espaço Público
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