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Participantes do FISL defendem que humanidade "deve muito a Snowden"
Criado em 08/07/15 17h49
e atualizado em 09/07/15 14h13
Por Davi de Castro
Fonte:Portal EBC
Em 2013, as revelações de Edward Snowden sobre a estratégia de espionagem cibernética dos Estados Unidos movimentaram o cenário internacional e colocaram em evidência uma questão crucial tanto para governos e empresas quanto para cidadãos: a segurança da informação. O debate, que já acontecia há tempos na comunidade de software livre, foi amplificado e fortaleceu o movimento. Tanto que, dois anos após o episódio, continua presente em várias atividades do 16º Fórum Mundial de Software Livre (Fisl), realizado nesta semana em Porto Alegre, assim como em outros eventos do gênero.
Segundo o presidente do Serpro, Marcos Mazoni, com a denúncia do ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional (NSA), a segurança dos dados passou a ser vista como mais importante do que se ter uma funcionalidade em um software. “Isso potencializou o que é mais robusto no software livre, que é a segurança”, avalia.
Para Ricardo Fritsch, coordenador financeiro da Associação de Software Livre.Org, “toda a humanidade deve muito ao Snowden, principalmente porque ele conseguiu dar a visibilidade que boa parte dos ativistas de softwares livres e especialistas em segurança nos falavam há dez ou quinze anos: que estamos sendo espionados e espionados de forma covarde”.
Mazoni conta que um conjunto de soluções foi implementado na Presidência da República e em vários órgãos do governo em busca de maior segurança de dados. “Temos hoje uma rede que está baseada exclusivamente na infraestrutura do Serpro e da Telebras. E os softwares que estão sendo implementados são todos de código aberto”, relata.
A Presidência passou a utilizar o Expresso V3, um software livre que fornece o serviço de correio eletrônico, em dezembro de 2013, pouco depois das revelações de Snowden, a fim de garantir a integridade e a inviolabilidade das informações do governo. “Quem usa Outlook está pedindo para ser espionado”, destaca Fritsch sobre o correio eletrônico do governo adotado antigamente.
O software livre, para ativistas do movimento, pode ser a grande arma na constante e interminável luta pela segurança da informação. Mas os mecanismos de proteção dos dados na rede precisam ser aperfeiçoados constantemente. O presidente do Serpro ressalta as melhorias implementadas recentemente nos órgãos governamentais, mas pondera que “no mundo da tecnologia, tem que continuar sempre avançando, porque novas possibilidades vão sendo criadas”.
*a EBC participa da 16ª edição do Fisl como apoiadora do evento, que acontece entre 8 e 11 de julho em Porto Alegre.
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