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Fisl chega à 16ª edição e passa a focar incentivo da produção nacional de software livre
Criado em 08/07/15 22h25
e atualizado em 09/07/15 19h41
Por Davi de Castro
Fonte:Portal EBC
Foram mais de 15 anos dedicados à construção de um ambiente propício ao debate, à difusão, à disseminação e ao desenvolvimento de softwares livres. A criação desse “ecossistema”, como denomina Sady Jacques, foi o que permitiu a chegada de um novo patamar para o 16º Fórum Internacional Software Livre (Fisl), que a partir dessa edição direciona seus esforços para pensar, debater e dar visibilidade à Cadeia Produtiva Nacional de Software Livre.
Jacques, organizador do Fisl, contou na cerimônia oficial de abertura, realizada nesta noite (8) em Porto Alegre, que o crescente uso de softwares livres pela maioria das empresas e também pelas diversas instituições governamentais no país sinalizou o momento oportuno de se pensar seriamente o software livre como uma cadeia produtiva nacional. “Ou seja, como uma estrutura complexa que produz, desenvolve e o utiliza como geração de trabalho e renda, como fomento de desenvolvimento econômico a partir do modelo de negócio que é intrínseco do software livre, baseado em colaboração e compartilhamento”, detalha.
O Brasil é um dos países mais expressivos em número de usuários de softwares livres, mas ainda fica atrás em termos de produção de tecnologias livres. Ampliar as oportunidades e fortalecer a produção nacional estão no horizonte da ideia do Fisl. “Perdemos diariamente muitos profissionais brasileiros para multinacionais”, queixou-se Ricardo Bimbo, representante do OpenSuse, um sistema operacional livre baseado no Linux.
O presidente do Serpro Marcos Mazoni elogiou a iniciativa e o histórico do evento, que foi palco para o lançamento das bases do Marco Civil da Internet no Brasil. “Além da tecnologia, o Fisl promove o debate sobre liberdade e sobre estratégia de desenvolvimento do país”, disse.
Porto Alegre é referência
Durante a abertura do 16º Fisl, o prefeito de Porto Alegre José Fortunati elogiou a capacidade do Fórum de se reinventar com um protagonismo propositivo. Entusiasta do movimento de software livre, Fortunati exibiu um inventário das tecnologias livres utilizadas pelo município, que é referência mundial em software livre.
Foi assinado também durante o evento um termo de cooperação da Prefeitura com a Telebras, o qual visa ampliar a oferta de banda larga para a maior quantidade de áreas possíveis dentro do município e com o compromisso do uso de software livres. Fortunati disse que o uso dessas tecnologias dão mais segurança e confiança em relação à informação. “Com elas, o proprietário dos dados é a população, o contribuinte, não os servidores”. Jeferson de Oliveira, representante do Ministério das Comunicações afirmou que “o software livre nos dá autonomia, liberdade para discussão franca e sem amarras”.
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