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Tecnologia mais sustentável produz telhas sem amianto

Criado em 14/12/13 13h59 e atualizado em 14/12/13 14h04
Por Agência USP

Pesquisa desenvolvida no projeto Cimento-Celulose, elaborado pelos professores Holmer Savastano e Vanderley John, da Escola Politécnica (Poli) da USP, apresenta uma alternativa mais sustentável para o processo de produção de telhas de fibrocimento. Na tese de doutorado defendida por Cleber Marcos Ribeiro Dias, na Poli, a proposta é reduzir o uso de fibras sintéticas — que já são utilizadas como alternativa ao amianto — na composição do fibrocimento. As fibras possuem um alto valor no mercado, o que encarece o preço final da telha. O estudo ganhou Menção Honrosa no Prêmio Tese Destaque USP 2013.

O amianto, por suas propriedades de resistência, qualidade e durabilidade, é largamente usado na fabricação de telhas. Contudo, tanto a sua manipulação pelos trabalhadores, e também a sua utilização por consumidores pode ocasionar sérios problemas de saúde, como alguns tipos de câncer, por exemplo. Devido a isto, muitos países o proibiram em seus territórios.

Em seu estudo, que foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Dias desenvolveu uma maneira de reduzir a quantidade de fibras sintéticas no fibrocimento sem que ele sofra alterações em seu desempenho. “Focamos em desenvolver uma forma de otimizar o emprego das fibras, reduzindo o teor deste material nos produtos de fibrocimento sem alterar o desempenho. Obtivemos o conhecimento de que a natureza já faz isso. Alguns organismos naturais são otimizados dessa forma, o que fizemos foi imitar o que a natureza já faz”, explica Dias.

Gradação funcional

Inicialmente foram estudadas quais tensões — durante a ação do vento, por exemplo — eram sofridas pelas telhas de fibrocimento, chegando à conclusão de que elas não eram uniformes, ou seja, não as atingiam de maneira igual. Desse modo, a homogeneidade das fibras do produto foi questionada, visto que as tensões sofridas não são regulares. Contudo, verificou-se que em seu modo de produção atual apenas as telhas com fibras homogêneas eram possíveis. “Até o momento não tínhamos disponível tecnologia capaz de produzir fibrocimentos com gradação funcional”, explica o pesquisador.

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O próximo passo do estudo foi produzir em escala laboratorial os fibrocimentos com estas características, denominados de fibrocimentos com gradação funcional, ou seja, materiais que possuem a resistência adequada de acordo com as suas necessidades. Nesta fase do estudo, o pesquisador concluiu que é possível produzi-los dessa maneira, de modo a apresentar baixos teores de fibras e desempenho melhorado, o que levou a um pedido de patente. Segundo Dias, “os fibrocimentos com gradação funcional podem apresentar diferentes teores de fibras e de cimento em distintas partes do produto, e isso pode ser feito para qualquer matéria-prima da composição”. Após alguns testes, foi comprovado que esse tipo de telhas pode ser produzido em escala industrial de maneira relativamente simples.

O projeto Cimento-Celulose conta com o apoio de indústrias nacionais, como a Infibra/Permatex e Imbralit, e surgiu da necessidade de desenvolver e implantar a tecnologia de produção de fibrocimentos sem amianto no País.

 

 

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