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Monitoramento de dados: saiba como funciona o comércio de informações
Criado em 28/08/13 15h37
e atualizado em 28/08/13 15h42
Por Edgard Matsuki
Edição:Leyberson Pedrosa
Fonte:Portal EBC
As denúncias feitas no último mês de junho pelo ex-técnico da CIA, Edward Snowden, trouxeram detalhes sobre um programa de monitoramento online administrado pelos Estados Unidos, o PRISM. A informação fez com que diversos governos (inclusive o do Brasil) condenassem a ação. Junto à polêmica, o debate sobre a privacidade na internet veio à tona.
Guardada as devidas proporções, já que o governo americano dispunha de muitos recursos para monitorar dados de usuários, a situação denunciada por Snowden não é muito diferente do que as empresas privadas fazem para traçar perfis de uso da web e obter dados de usuários.
A grande diferença de uso dos dados de usuários por governos e empresas está, principalmente, no objetivo final. Enquanto os EUA, por exemplo, afirmam realizar o monitoramento por questões de segurança, as empresas monitoram padrões de usuários por motivos comerciais. Em alguns casos, a intenção é tentar vender um produto mais facilmente. Já em outros, os produtos a serem vendidos são os próprios dados dos usuários.
Para tanto, gigantes e pequenas empresas da internet fazem uso de cookies para criar padrões de uso dos usuários (entenda o que são cookies), ou seja, dados de cadastros na web voltado para definir público-alvo e, em casos mais extremos, compram e vendem estas informações.
De acordo com o pesquisador em tecnologias digitais, Rodrigo Troian, a prática de monitorar não é nova, mas voltou ao debate após as denúncias de Snowden. “A gente já sabia que isso acontecia. Quando a gente fala sobre essa questão, o monitoramento é feito por empresas do ramo privado e público”, afirma.
Todas essas ações não são ilegais por dois simples motivos: a legislação do Brasil não restringe o armazenamento, troca ou mesmo venda desses dados online e o próprio usuário permite ceder os dados para as empresas ao aceitar os longos termos de uso e privacidade durante o cadastro em um site ou rede social.
Esses termos, na maioria das vezes, não são lidos, como ressalta Paulo Rená, um dos criadores do Partido Pirata no Brasil. “É muito comum termos contratos longos e sem limitação prévia para serviços online. As empresas podem usar essas informações para atividades internas ou passar para outras empresas”, afirma.
O que é cookie
Para quem não sabe, cookie (que é biscoito em inglês) nada mais é do que o registro de dados trocados entre o servidor (de um site, por exemplo) e o navegador do usuário. Os cookies servem para facilitar a comunicação entre eles e guarda algumas informações sobre os usuários. Um exemplo de cookie é o que você cria para salvar uma senha automaticamente. Simplificando, o cookie mostra todas as suas ações dentro de uma página.
1) Publicidade direcionada leva em conta hábitos dos usuários da web
2) Dados de usuários são vendidos em feiras livres e na internet
3) Web sem lei: falta de legislação dificulta proteção de dados online no Brasil
Edição: Leyberson Pedrosa
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