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Cresce violência contra jovens, crianças, gays e mulheres
Criado em 11/12/12 19h14
e atualizado em 21/12/12 19h11
Por Sueli de Freitas
Fonte:Portal EBC
A violência contra populações vulneráveis, como crianças, adolescentes, jovens, gays, lésbicas e mulheres, no Brasil alcança níveis alarmantes. De acordo com o Mapa da Violência [2], estudo feito pelo sociólogo Julio Jacobo e editado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais [3] (Flacso) e o Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos [4] (Cebela), são 44, 2 homicídios em cada grupo de 100 mil jovens de 15 a 19 anos. O estudo foi divulgado em julho deste ano.
Em um ranking de 92 países , apenas El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homicídio maiores que as do Brasil [5]. E isso considerando que os três países têm economias menores que a brasileira, não dispõem de um sistema de proteção legalizado, como o Estatuto da Criança e do Adolescente [6], nem programas sociais com o número de beneficiários como o Bolsa Família [7].
As taxas cresceram 346% entre 1980 e 2010, vitimando 176.044 crianças e adolescentes nos trinta anos entre 1981 e 2010. Só em 2010 foram 8.686 crianças assassinadas.
A cor dos homicídios
O Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no Brasil [8], divulgado em novembro, também destacou que as mortes por assassinato entre os jovens negros [9] no país são, proporcionalmente, duas vezes e meia maior do que entre os jovens brancos. Em 2010, o índice de mortes violentas de jovens negros foi de 72 para cada 100 mil habitantes; enquanto entre os jovens brancos foi de 28,3 por 100 mil habitantes. A evolução do índice em oito anos também foi desfavorável para o jovem negro. Na comparação com os números de 2002, a taxa de homicídio de jovens brancos caiu (era 40,6 por 100 mil habitantes). Já entre os jovens negros o índice subiu (era 69,6 por 100 mil habitantes).
Mulheres vitimadas
O Mapa da Violência, atualizado em agosto deste ano, também revela que, de 1980 a 2010, foram assassinadas no país quase 91 mil mulheres [10], das quais 43,5 mil somente na última década. De 1996 a 2010 as taxas ficaram estabilizadas em torno de 4,5 homicídios para cada 100 mil mulheres.
Intolerância homoafetiva
A intolerância contra a população LGBT [11] (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) cresceu em 2012. De janeiro a junho foram documentados o assassinato de 165 gays, travestis e lésbicas no Brasil. Um aumento de 28% em relação ao primeiro semestre do ano anterior. O estudante André Baliera, uma das vítimas das agressões a homossexuais, divulgou um vídeo [12] afirmando: “a grande verdade é que ser gay nunca foi fácil”.
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